Terça-feira, Abril 23, 2024
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Rúben Brilhante: “Conquistar um Mundial aos 19 anos foi especial”

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Rúben Brilhante é uma das jovens promessas da Seleção Nacional. Em entrevista ao REGIÃO DE CISTER, o jovem, de apenas 19 anos, relembrou o início do percurso nas areias e a primeira chamada à equipa das quinas, há quase um ano, admitindo que participar no triunfo do Mundial foi inesquecível para quem iniciou a carreira no Sótão aos 11 anos.

Rúben Brilhante é uma das jovens promessas da Seleção Nacional. Em entrevista ao REGIÃO DE CISTER, o jovem, de apenas 19 anos, relembrou o início do percurso nas areias e a primeira chamada à equipa das quinas, há quase um ano, admitindo que participar no triunfo do Mundial foi inesquecível para quem iniciou a carreira no Sótão aos 11 anos.

REGIÃO DE CISTER (RC) > A Nazaré é conhecida pelos inúmeros talentos que potenciou no futebol de praia mundial. Esse foi um estímulo para começar a jogar futebol de praia?
RÚBEN BRILHANTE (RB) > A Nazaré tem bastantes jogadores de futebol de praia e um deles é o melhor do mundo, o Jordan Santos. Isso sempre foi uma forma de me manter atento ao futebol de praia e de poder ver os jogos sempre que podia. 

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RC > Mas começou nos relvados aos 6 anos, ao serviço do Nazarenos…até ingressar nas escolinhas do Sótão aos 11 anos…
RB > O futebol de praia aparece através dos meus pais e família e lembro-me de o meu pai ir jogar “bola no ar” com um conjunto de amigos, que eram só o Jordan Santos e o Tiago Batalha, por exemplo. A partir daí comecei a ter o gosto pelo futebol de praia. 

RC > E a treinar com eles…
RB >  Quando não estou na Seleção Nacional nem sempre é fácil manter a forma, mas o facto de a Nazaré ter bastantes praticantes da modalidade facilita um pouco a tarefa porque muitas vezes treinamos juntos e ajudamo-nos uns ao outros porque todos sabemos que não é fácil manter a forma quando não há competição ao nível de clubes.

RC > Nomeadamente na adaptação do relvado para o areal?
RB > Quando ia brincar com os meus amigos para a praia não era difícil porque estávamos lá para nos divertirmos e não queríamos saber do piso. Hoje em dia fazer a adaptação nem sempre é fácil porque apesar de ser futebol, as movimentações são diferentes e correr na areia não é o mesmo do que correr na relva.

RC > Acabou por chegar à equipa principal do Sótão aos 16 anos...
RB > Quando aos 16 anos recebi o convite para integrar o plantel sénior do Sótão comecei a sonhar que talvez conseguia chegar longe no futebol de praia.

RC > Um título de campeão da Divisão Nacional e a subida à Divisão de Elite…Qual é o sentimento de ter ganho a prova e ter festejado o regresso ao escalão máximo com a camsiola da sua vila?
RB > Foi um feito marcante até agora na minha carreira. Era um objetivo que o clube já ambicionava há bastante tempo e nos anos anteriores já esteve perto de o atingir. Felizmente atingimo-lo este ano e tê-lo feito em nossa casa, na Nazaré, foi algo que marcou ainda mais esta conquista.

RC > Mas o melhor momento foi quando soube da chamada à Seleção Nacional…
RB > Estava na escola e quando recebi a novidade telefonei logo aos meus pais para lhes contar. Eles ficaram muito orgulhosos e contentes por mim e eu mal pude acreditar porque foi um sonho tornado realizado…

“A pressão é maior quando representas o teu País ao lado de grandes jogadores, é normal que sintas uma maior responsabilidade…”

RC > A estreia pela equipa das quinas diante do Cazaquistão, a 9 de maio de 2019 jamais esquecerá...
RB > O técnico Mário Narciso disse-me para estar calmo e confiante, que fizesse o meu jogo que assim iria ajudar a equipa…Entrei quando já estavamos a ganhar por uma margem confortável, mas fiquei contente com a minha prestação.

RC > Jogar ao lado do ídolo Madjer foi especial?
RB >  Sim, Madjer, o Belchior, o Torres… São jogadores que  vão ser sempre referências da modalidade e exemplos a seguir por tudo aquilo que conquistaram e transmitem aos mais novos…

RC > Até ficou no mesmo quarto do que o capitão no primeiro estágio…
RB > Mal acreditei quando soube disso. Fiquei nervoso por estar ali ao pé dele porque é um ídolo. Falou um pouco comigo e colocou-me mesmo à vontade, que se precisasse de alguma coisa podia falar com ele ou qualquer outro membro da equipa porque ali somos todos uma família.

“A final foi no meu dia de anos, o que tornou ainda mais inesquecível o feito”

RC > A pressão é maior por estar a representar o País ao lado dos melhores nacionais e mundiais? 
RB > A pressão é maior quando representas o teu País ao lado de grandes jogadores, é normal que sintas uma maior responsabilidade. Por outro lado, é também mais fácil pela forma como integram os mais novos no grupo, como os ajudam naquilo que têm de fazer dentro das quatro linhas e como lhes dão confiança.

RC > A verdade é que a pouco e pouco foi ganhando o seu espaço e já venceu vários trofeús pela Seleção Nacional, mas há um que não esquece…
RB > Sem dúvida que ser campeão do Mundo é especial e, também, o mais importante por se tratar de uma competição que todos querem ganhar. Felizmente, pude alcançar essa conquista aos meus 19 anos e, curiosamente, a final foi no meu dia de anos, o que tornou ainda mais inesquecível o feito.

RC > Sente agora, quase um ano depois, que já não é só a jovem promessa mas um jogador que já se assume a nível nacional?
RB > Sou um jogador jovem e que, se quiser algum dia chegar longe no futebol de praia, vai ter de trabalhar muito e ser muito rigoroso. Na vida ninguém nos dá nada. Se queremos atingir algo, temos de trabalhar para isso e “lutar” ao máximo por esse sonho porque só assim o conseguimos alcançar. Todos nós temos talento mas se não o trabalharmos não chegamos a lado nenhum. Por isso, talvez muitos pensem que tenho sucesso garantido. Se o quiser ter tenho de dar o máximo.

RC > O Rúben Brilhante, que iniciou a época na equipa B do Marinhense e que representa o Sótão nas areias, vai apenas dedicar-se ao futebol de praia?
RB > Talvez um dia. É verdade que esta temporada deixei o Marinhense porque estava-se a tornar muito complicado conciliar futebol, futebol de praia e escola. Desde então não ingressei em nenhum outro projeto, mas não é um desejo deixar o futebol já e para o ano é uma época nova e veremos se regressarei ao futebol também.

RC > Nas areias, vai continuar no Sótão?
RB > Tive algumas propostas, mas vou continuar ao serviço do Sótão, o clube que sempre me ajudou a alcançar os meus objetivos pessoais e coletivos.

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