O dia 28 de setembro de 2019 vai ficar para sempre marcado na memória de Tiago Esgaio. De manhã, soube da morte da sua avó e ao fim do dia foi brindado com o nascimento da filha Maria e estreou-se a marcar na Liga NOS, na derrota do Belenenses com o Famalicão, por 1-3.
O dia 28 de setembro de 2019 vai ficar para sempre marcado na memória de Tiago Esgaio. De manhã, soube da morte da sua avó e ao fim do dia foi brindado com o nascimento da filha Maria e estreou-se a marcar na Liga NOS, na derrota do Belenenses com o Famalicão, por 1-3. O nazareno fez o primeiro golo no principal escalão nacional pelo Belenenses SAD naquele que será para sempre o golo mais bonito da sua carreira.
Uma hora antes de ter início a partida diante do, até então, líder do campeonato, o lateral -direito soube do nascimento da filha. “Foi um dia cheio de emoções e sabia que a qualquer momento ela podia nascer”, conta ao REGIÃO DE CISTER, acrescentando que foi informado quando estava a equipar-se para fazer o aquecimento. “A minha mulher já me tinha dito que queria que eu jogasse, pois iria ser a minha estreia a titular pelo Belenenses na Liga NOS”, revela o nazareno, afirmando que, apesar de lamentar não ter assistido ao parto, comemorou o momento com um golo muito especial.
“Era muito provável que a minha filha nascesse naquele dia e passei o dia a comentar com os meus colegas que ia marcar um golo”. Dito e feito.
Tiago Esgaio deu um salto na carreira no defeso de verão após trocar o Torreense, que atua no Campeonato de Portugal, pelo Belenenses SAD, que milita na 1.ª Divisão nacional. “Foi o salto que precisava para ganhar mais competitividade”, nota o nazareno, que no Campeonato de Portugal era uma das peças chave da formação de Torres Vedras, jogando em todos os encontros.
Mas antes da primeira aventura no primeiro escalão, o nazareno cumpriu cinco épocas naquele escalão: duas ao serviço do Caldas, clube pelo qual se estreou enquanto sénior, e três pelo Torreense. Uma carreira consistente que lhe valeu a chamada ao plantel então orientado por Silas. “O mister conversava várias vezes comigo e elogiava o meu desempenho, mas a minha oportunidade só surgiu com a chegada do treinador Pedro Ribeiro” conta o jogador, de 24 anos.
O destaque, contudo, não surgiu enquanto médio, posição em que sempre jogou até esta temporada. Tiago Esgaio assumiu a titularidade como lateral-direito, dado que as duas opções para aquele lugar estavam indisponíveis. “Foi por falta de opções, mas foi na lateral que acabei por ganhar o meu lugar”, reitera o menino entre os grandes, que até já foi considerado por três vezes o “Homem do jogo” pelo site GoalPoint, que analisa a performance individual de cada jogador.
A história de Tiago remonta a 2003/2004 quando começou a jogar pelo escalão de escolas do Nazarenos, clube que representou durante seis temporadas, mas desde os 5 anos que se habituou a jogar com os mais velhos, nomeadamente com o irmão Ricardo Esgaio (Sp. Braga). “Nasci rodeado de futebolistas na família pelo que só podia ser futebolista”, nota.
Em 2009/2010 reforça a equipa de iniciados da U. Leiria, pelo qual fez a estreia em campeonatos nacionais, e, volvidas quatro épocas termina a formação ao serviço do Rio Ave. O lateral começou a escrever a sua história por vários clubes de todo o País desde muito cedo, pelo que é esperado que o continue a fazer. No Estádio Nacional ou em novos desafios.
Irmão Ricardo Esgaio é a referência na carreira…
Tiago Esgaio cumpre esta época a primeira aventura na 1.ª Liga, mas é no irmão que tem a referência. Ricardo Esgaio é o capitão do Sp. Braga e já atua há oito temporadas no principal escalão. “Desde pequenos que o vejo como exemplo e ainda hoje o tenho como referência”, disse Tiago, relembrando os jogos em que jogou do lado oposto ao seu ídolo.
O primeiro embate entre os irmãos Esgaio foi num encontro do nacional de juvenis pela U. Leiria, em que Ricardo (Sporting) levou a melhor, e o segundo desafio foi já esta temporada com a vitória a sorrir novamente a Ricardo Esgaio, por 1-7, ao serviço dos Guerreiros do Minho.
Os irmãos Esgaio, assim como Stephen Eustáquio, ao serviço do Paços de Ferreira, são os únicos representantes dos concelhos da região na Liga NOS e Tiago assume o desejo de jogar com o irmão. “É um sonho partilhar o mesmo balneário com o meu irmão” atira o jovem lateral, sublinhando que “algum vai ter de se readaptar”. É que ambos são laterais direitos e no 11 titular só há lugar para um. “Não interessa em que posição seja, mas tínhamos de estar os dois em campo”, destaca.
Para já, e enquanto são adversários, Tiago Esgaio tem uma “desforra” por completar.