Domingo, Abril 28, 2024
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Heróis da Luta contra a Covid-19: Óscar Oliveira, avô

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O pequeno Filipe é sportinguista, mas foi pelo avô, benfiquista dos quatro costados, que ficou a saber quem foram Eusébio, Shéu e Rui Costa. Há dias, em conversa com a mãe, confessou que as “conversas com o avô” e os “miminhos da Babá” (nome carinhoso pelo qual trata a avó) estavam no topo da sua lista das saudades. E o menino de 8 anos tem, mesmo, razão para isso, uma vez que passava os dias e noites em casa dos avós, em Alcobaça, juntamente com o irmão mais novo, e há sete semanas que só os vê e ouve pelo telefone, mesmo que só esteja à distância física de 15 quilómetros. Um soco no estômago que o avô Óscar, de 64 anos, não esconde que dói (e muito).

O pequeno Filipe é sportinguista, mas foi pelo avô, benfiquista dos quatro costados, que ficou a saber quem foram Eusébio, Shéu e Rui Costa. Há dias, em conversa com a mãe, confessou que as “conversas com o avô” e os “miminhos da Babá” (nome carinhoso pelo qual trata a avó) estavam no topo da sua lista das saudades. E o menino de 8 anos tem, mesmo, razão para isso, uma vez que passava os dias e noites em casa dos avós, em Alcobaça, juntamente com o irmão mais novo, e há sete semanas que só os vê e ouve pelo telefone, mesmo que só esteja à distância física de 15 quilómetros. Um soco no estômago que o avô Óscar, de 64 anos, não esconde que dói (e muito).

“Ele ensina-me muitas coisas, sabes? Coisas do mundo e do futebol”, lê ao REGIÃO DE CISTER, emocionado, a mensagem que a filha lhe enviou pelo WhatsApp a contar-lhe o que o neto lhe tinha dito. “Ninguém está preparado para este embate”, comenta Óscar Oliveira, que tem sido, nos últimos anos, avô a tempo inteiro de quatro dos cinco netos. “Houve uma quebra total de rotinas. O que mais me custa é não os ter e ver aqui todos”, confessa o alcobacense. Isto porque, estes avós têm a “sorte” de viver, literalmente, porta com porta do apartamento da outra filha e dos outros dois netos. “Sei que tenho um confinamento social altamente privilegiado, porque mantenho contacto com uma das minhas filhas e dois dos meus netos, mas mesmo assim nada é igual ao que era antes do dia 12 de março”, garante. Durante estas sete semanas de quarentena já teve de cantar os parabéns via internet ao neto Filipe e à bebé da família, a pequena Sara, que completou um ano de vida e que, entretanto, também começou a andar. Nas últimas semanas, o avô apenas viu a neta, ao colo da filha, a partir da sua varanda, no dia em que teve de ir a Alcobaça levar a vacina. Também por estes dias a filha mais velha comemorou o seu 40.º aniversário, sem direito a festa com a família toda.

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A rotina de ir buscar os netos Pedro e João Maria, de 4 anos, à escola, à hora de almoço, e os netos Filipe e Tiago Maria, de 8 anos, que já andam no 1.º ciclo, às 15:30 horas, foi substituída pelos telefonemas e pelas videochamadas várias vezes ao dia. “Espero que eles liguem porque será mais difícil para os pais agora organizarem-se, mas se pudesse estava sempre a falar com eles”, revela, entre risos. A mesa de refeições fica agora vazia porque os avós vão comer a casa da filha, na porta em frente. “São também eles que nos fazem as compras, porque não nos querem fora de casa por precaução”, diz. O escritório, onde reunia os netos à volta dos “youtubes” e de outras conversas (talvez as “do mundo” e “do futebol” que Filipe recorda), está agora vazio. “Descrever-lhe o que se passa hoje em dia em casa nada tem a ver com o que se passava”, adianta o aposentado engenheiro civil. 

Os netos Filipe, Pedro e Sara estão na Nazaré, na casa dos pais, onde pouco passavam. “A minha filha e o meu genro trabalham na área da restauração e, por isso, precisavam sempre que alguém ficasse com os meninos à noite. Desde que a Sara nasceu, a minha filha até dormia quase sempre cá em casa para estar com eles. Ou então íamos para casa deles e só vínhamos para Alcobaça quando um deles chegava a casa”, conta o avô. Os netos Tiago e João, que continuam a frequentar a casa dos avós, também sentem a falta dos primos. E o filho e a nora, que vivem em Lisboa, também já não os vê há dois meses.

O avô Óscar recusa o título de “herói”, mas Filipe, Pedro, Tiago e João não terão grandes dúvidas em dizer quem leva o prémio para casa. A bebé Sara ainda não fala, mas na próxima vez que encontrar os avós talvez já corra para os braços dos seus heróis.
 

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