Depois de vencer, juntamente com dois colegas, um concurso público da Câmara de Cascais, o arquiteto de Alcobaça João Siopa Alves foi convidado para participar na Bienal de Arquitetura de Veneza, que se realizará de maio a novembro de 2021.
Depois de vencer, juntamente com dois colegas, um concurso público da Câmara de Cascais, o arquiteto de Alcobaça João Siopa Alves foi convidado para participar na Bienal de Arquitetura de Veneza, que se realizará de maio a novembro de 2021.
O trabalho dos três arquitetos destacou-se com um projeto para a conceção de habitação coletiva e residência de estudantes, explica João Siopa Alves ao REGIÃO DE CISTER. “Lisboa e as áreas envolventes têm graves problemas de habitação”, sublinha o alcobacense, que ingressou no mercado de trabalho há cerca de dois anos. É o projeto vencedor em Carcavelos que João Siopa Alves, Gil Cardoso e Charles Cossement vão apresentar em Itália.
Os arquitetos integram a representação portuguesa “in Conflict”, que é comissariada pela Direção-Geral das Artes e tem como equipa de curadoria o atelier depA architects, que assume igualmente o projeto expositivo. “in Conflict procura, através da exposição e dos debates, pensar o papel da arquitetura enquanto disciplina artística, pública, política e ética. Na impossibilidade de resolver todas as contingências, importa hoje pensar como criar lugares onde todos tenham lugar à mesa, na expectativa de cumprir o projeto de um futuro em comum”, lê-se no site da delegação portuguesa, que pretende construir “um panorama alargado e transversal dos primeiros 45 anos de democracia nacional através do seu reflexo na arquitetura portuguesa”.
Na reflexão dos arquitetos portugueses, é lembrada “uma democracia que começou com um Portugal empobrecido, a braços com falências habitacionais profundas e agravadas pela urgência demográfica da descolonização”. Passadas mais de quatro décadas em democracia, “a realidade é ainda frágil, pautada pela persistência de bairros informais, por um crescimento especulado dos grandes centros urbanos e pela desertificação do interior do País”.
Com 28 anos, o jovem arquiteto viveu em Alcobaça até ingressar no ensino superior, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. Atualmente está radicado na capital e trabalha no atelier Aires Mateus e Associados, mas também desenvolve projetos autónomos, como o que venceu na autarquia de Cascais.
A par dos trabalhos que desenvolve em Lisboa, João Siopa Alves tem elaborado alguns em Alcobaça, nomeadamente a remodelação de alguns apartamentos na cidade. Entre os projetos que gostaria de fazer “ou de ver feitos” está a requalificação da zona do Castelo de Alcobaça, “muito deteriorada”.
Inicialmente prevista para decorrer entre agosto e novembro desde ano, a 17.ª edição da Bienal foi adiada para 2021 devido à pandemia. “É tudo um bocado incerto”, desabafa o alcobacense, ainda sem certezas quanto à realização da bienal. “Não sabemos o que podemos esperar desta situação”, confessa.