Passados 18 anos após ter sido adquirida pela Câmara de Porto de Mós, a requalificação da Casa Calado, no Juncal, vai finalmente avançar. Os projetos de arquitetura e especialidades para a recuperação da casa, onde foi instalada a Real Fábrica do Juncal no século XVIII, já estão aprovados.
Passados 18 anos após ter sido adquirida pela Câmara de Porto de Mós, a requalificação da Casa Calado, no Juncal, vai finalmente avançar. Os projetos de arquitetura e especialidades para a recuperação da casa, onde foi instalada a Real Fábrica do Juncal no século XVIII, já estão aprovados.
O espaço vai ser transformado num local dedicado às artes, à cultura, ao empreendedorismo e à inovação, cujo objetivo é “criar uma nova centralidade no Juncal e dar à região um novo pólo de atividades e de interesse”. Outro dos objetivos da autarquia passa por integrar a Casa Calado na Rede Europeia de Hubs Criativos.
“Pretendemos recuperar as memórias e as tradições desta casa e tirar partido deste projeto inovador para dinamizar a vila e o concelho”, adiantou o presidente da Câmara de Porto de Mós, em declarações ao REGIÃO DE CISTER.
O projeto de recuperação da autoria do arquiteto Rafael Calado, descendente da antiga família proprietária da casa, prevê a intervenção nos edifícios da casa principal, abegoaria, adega, lagar, telheiro e casa do forno e espaços comuns.
Nestas áreas vão ser construídas residências artísticas, áreas para workshops, cowork e ateliês para ofícios como cestaria e olaria. No projeto de Rafael Calado consta ainda a construção de uma biblioteca, um museu de louça e cerâmica, um espaço de recriação de atividades da antiga Real Fábrica do Juncal, um salão nobre para receções e ainda um restaurante e uma loja que serão instalados na zona do lagar de azeite. Já o espaço da adega será mantido e destinado para a organização de eventos e para ser incluído em rotas turísticas, eventualmente com provas de vinhos.
As obras de requalificação vão ter início no próximo ano e a Câmara aponta a conclusão da empreitada para 2022. Esta intervenção representa um investimento de 1,3 milhões de euros, valor que é superior ao inicialmente previsto, que rondava os 700 mil euros.
“Inicialmente tínhamos idealizado que parte da casa seria requalificada por artistas ao longo do tempo, ideia que foi depois descartada por considerarmos que o projeto poderia ficar descaracterizado”, explicou Jorge Vala, adiantando que no início do próximo ano será lançado o concurso público para dar início à obra.
A Real Fábrica do Juncal foi fundada em 1770 e assinalou o início da tradição da cerâmica na região. Durante as invasões francesas foi destruída e reconstruída em 1811. Pertenceu durante mais de duas gerações à família Calado e foi encerrada em 1876, sendo mais tarde transformada em habitação e casa agrícola. Em 2002, durante o último mandato de José Ferreira, foi adquirida pela autarquia.