Com duas décadas à frente das freguesias, Valter Ribeiro, José Lourenço e Álvaro Santo são os três presidentes de Junta há mais tempo em funções no concelho de Alcobaça.
Com duas décadas à frente das freguesias, Valter Ribeiro, José Lourenço e Álvaro Santo são os três presidentes de Junta há mais tempo em funções no concelho de Alcobaça.
Foram eleitos pela primeira vez em 2001, cumpriram três mandatos e puderam voltar a candidatar-se à Junta, já depois da reforma administrativa de 2013, que juntou em uniões de freguesia Pataias e Martingança, as duas antigas freguesias de Aljubarrota (São Vicente e Prazeres), bem como Coz, Alpedriz e Montes. Uma vez que a lei permite fazer três mandatos seguidos, os autarcas ainda podem recandidatar-se… mas nenhum dos três decidiu ainda se está disponível para ir a votos novamente.
Valter Ribeiro é o mais jovem dos três “dinossauros”. Foi eleito pela primeira vez com 26 anos e entrou na vida autárquica quase por brincadeira, depois de desafiado por amigos social-democratas. “Surgiu um grupo constituído maioritariamente por jovens com uma vontade de mudança”, recorda o pataiense, referindo-se à maioria socialista que liderava os destinos de Pataias há várias décadas.
O presidente da agora União de Freguesias de Pataias e Martingança acredita que os principais projetos que a sua equipa propôs realizar estão concluídos: a abertura da loja social, da Universidade Sénior, a implementação das Festas da Vila, o aniversário da Martingança, a gestão das piscinas e envolvente, as infraestruturas da Estrada Atlântica e várias requalificações pelas quais se debateu junto da Câmara e da administração central, como a de Paredes da Vitória, da Avenida Rainha Santa Isabel, em Pataias, e da EN 356, na Martingança. Mais recentemente, a abertura da Loja do Cidadão e as respostas sociais em tempos de pandemia são outros dos marcos que considera importantes. Por fazer está o alargamento da zona industrial de Pataias, o saneamento básico em alguns lugares e a requalificação da EB 2,3, apesar de ser competência do Estado.
Por sua vez, José Lourenço Severino começou por integrar a lista do então presidente de Junta de Prazeres de Aljubarrota e, em 2001, candidatou-se à presidência, porque sentiu o apelo de “servir a população da freguesia”. Duas décadas depois, destaca as aquisições de património: o celeiro de Aljubarrota, a casa da Janela Manuelina e vários prédios rústicos. É, no entanto, com mágoa que o autarca fala do que ficou por fazer, apesar de se tratar de medidas que são responsabilidade da administração central – o nó de ligação ao IC9 e a requalificação do IC2 nos Casais de Santa Teresa.
Nas eleições de 2001, Álvaro Santo foi convidado para ser cabeça de lista à Assembleia de Freguesia de Coz pelo PS, mas acabou por liderar uma lista de independentes à Junta, que venceu sem maioria absoluta e iniciou o mandato depois de “boa vontade” e um acordo com os eleitos do PSD.
“O Mosteiro de Santa Maria de Coz era o nosso foco por ser o segundo monumento do concelho de maior riqueza histórica”, lembra Álvaro Santo, que se diz “honrado” pelos 20 anos como autarca completados no passado domingo. A luta pela reabertura da farmácia de Coz, os melhoramentos ao nível do saneamento, a reparação de vias públicas – “andamos sempre a tapar buracos e a remediar” -, ou o apoio constante às associações locais, são alguns dos êxitos de que se orgulha, mas a grande conquista foram as conversações com os proprietários da envolvente do Mosteiro para aquisição de todos os terrenos. Não menos importante, Álvaro Santo destaca as recentes obras dos centros de saúde de Coz e Alpedriz e, nos Montes, a substituição da estátua de Santa Marta.
Apesar de não ser da sua competência, entristece-o o estado do telhado do Mosteiro e, sobretudo, “a famosa classificação a monumento nacional, que está muito difícil de sair da gaveta”, melhorias em falta que são a sua “dor no peito” dos 20 anos à frente da Junta.
