Alimentar o cérebro
Muito gosto eu de falar de comida! Bom, de falar e de comer. Gosto sobretudo da variedade dos aromas e das múltiplas formas de apresentação, confeção e de conservação. Sempre que me sento à mesa dou graças pela refeição e celebro mais uma festa de sabores. Porém, hoje, quero falar-vos de um outro alimento, o do cérebro. Ao do espírito não me atreverei, mas o cérebro, senhores, o cérebro precisa igualmente de ser alimentado e, neste caso, a amplitude...
A cor da liberdade
Abril, mês de aniversários. A revolução dos cravos, os livros, as árvores, a poesia e milhões de primaveras se comemoram em abril. Como que a provocar-me a reflexão, em abril é também o meu aniversário. Tenho mais quatro anos do que a madrugada inaugural, e, como cantou de Jorge de Sena: “Não hei-de morrer sem saber qual a cor da liberdade. Eu não posso senão ser desta terra em que nasci.”
Estou, portanto, a viver o mês de todos os...
Surdez seletiva
Sem nos apercebermos, vamos perdendo a capacidade de aceitar o desafio
Susana Santos
Em que momento deixámos de conseguir dialogar? Nunca tivemos tantas ferramentas de comunicação, como...
O chão que pisamos
Já aqui o disse muitas vezes, somos uma terra incrível, tanto que até o barro nos serve de sustento.
Susana Santos
Habitamos estas terras de Cister há...
Resolução de ano novo
Nunca fiz resoluções de ano novo. Mas tenho por certo que em cada dia, ou ano, ou hora que começa, há um tempo que continua
Susana...
“O sorriso das pedras”
Grata, por devolverem ao usufruto de quem nos visita e de quem habita estas terras de Cister, a beleza emparedada por anos de desmazelo e...
Pão por Deus
Perderam-se os cheiros e os miúdos pedem doces de plástico que as pessoas lhes despejam em abóboras também de plástico
Susana Santos
Nas vésperas do dia de...
Veio ter comigo hoje a poesia
Hoje a poesia veio ter comigo em forma de notícia e não poema. Um de nós, um dos da nossa terra, está nos comandos do...
Ler para ver melhor
Parece que os jornais em papel são cada vez menos lidos. E basta passear numa praia para verificar que há muita gente de telemóvel na...
“À espera de uma estrela ou, quem sabe, de uma chuva delas“
Nestes dias grandes, temos mais tempo para viajar, mesmo que, apenas, com o olhar, que o mesmo é dizer, recuperarmos a capacidade de nos espantarmos.Susana...
Que regressem as festas
Creio que nunca, como este ano, senti tanta vontade de festejar nem nunca tinha percebido nos outros esta imensa vontade de conviver, dançar, agradecer, sorrir e partilhar a mesa, mesmo se a mesa estiver ocupada por desconhecidos.Susana Santos
No solstício de Verão, comemoramos o regresso do bom tempo, o amadurecimento, a luz dos dias grandes. A tradição cristã, que enformou...
Amália Hoje, Amália Nós
Amália não é só a nossa voz, é a nossa poesia e toda a nossa alma. A fatalidade, o tempo, o destino, o sonho, o prazer, o desgosto, o amor e a beleza.
Ao trazê-la, ao recuperar as palavras e reinventar as melodias, o Nuno Gonçalves, a Sónia Tavares, o Fernando Ribeiro, o Paulo Praça e os seus e nossos...
Carapau seco!
Quando era pequena, a minha mãe chamava-me assim, por ser muito magra. Mas não é desse tipo de carapau seco que vos falo hoje. Na verdade, o meu objectivo é o de fazer a apologia dos métodos tradicionais de conservação do peixe e de outros comeres.
Acho que a energia eléctrica e a facilidade com que conservamos hoje os alimentos...
Gostava de falar de liberdade
Aliás, o que gostava mesmo era de não ter de falar da guerra, de nenhuma das guerras que o nosso pequeno e único mundo ainda consegue suportar. Gostava de poder continuar a reflectir sobre a importância de viver devagar, como fiz há um ano, na sequência de uma pandemia que nos obrigou, subitamente, a travar.
Mas não é possível porque...
Obrigada Externato da Benedita
Esta semana o Região de Cister destaca a freguesia da Benedita e os seus empreendedores, que são muitos e muito bons.
Na minha opinião, de entre todas as freguesias que compõem os três concelhos abrangidos por este jornal, a Benedita talvez seja a mais atrevida, no bom sentido. Ali nascem todos os anos, sobretudo desde a década de 60, novas...
De volta aos mercados para ouvir “a voz da terra ansiando pelo mar”
Na semana passada li, com entusiasmo, um artigo assinado pela directora deste jornal, cujo título nos anunciava que ainda há vida no mercado!
E que bonito é o nosso mercado! Esse lugar de encontros, de partilha, esse lugar que nos aproxima da terra e onde podemos ouvir a voz do mar!
Onde, se não no mercado, podemos receber cenouras directamente das...
O Natal e o bolo de noz da minha tia
O bolo de noz não faz parte de nenhuma tradição natalícia que conheça, mas não imagino um Natal sem o bolo de noz da minha tia.
Gosto muito daquele bolo, mas o que realmente me emociona são as lembranças que vêm agarradas ao caramelo que cobre o bolo: o cheiro e o estalido da lenha a queimar, a algazarra em...
“E quando de dia a lonjura dos montes Azuis atrai a minha saudade”
Quando saí pela primeira vez do abrigo da serra dos Candeeiros para entrar no Colégio, lá longe, em Leiria, percebi que nenhuma das minhas novas amigas colocava na folha de desenho um horizonte de serra, nem uma cadeia de colinas, nem o sol a nascer por entre dois outeiros simétricos.
Lá, no colégio, partilhava quarto com uma menina da Nazaré,...
AD Footer