Domingo, Setembro 8, 2024
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E se fôssemos um País de Poetas?

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este mesmo ano em que celebramos os 500 anos do nascimento do nosso poeta maior, Camões, pergunto-me como seria o meu país, se o meu país se lembrasse dele e dos seus heróis.

Susana Santos

Um país onde as ruas, as praças e as avenidas têm nomes de poetas. Se fôssemos gente que, mesmo analfabeta, de desafia à desgarrada e que, em dias duros, canta trovas e rimas para afastar as tristezas e depois, mesmo já quase sem voz e sem memória, ainda se lembra dos versos de quando era menino.

Se da nossa língua se visse o mar, se ao invés de opróbrios e insultos servisse para exaltar feitos e sucessos, se ao menos lêssemos que “Quem faz injúria vil e sem razão / Com forças e poder em que está posto / Não vence; que a vitória verdadeira / É saber ter justiça nua e inteira.”

Ah, se fôssemos um país capaz de cantar as suas aventuras em épicas oitavas, ou de convocar o quinto império em mensagens sobre o futuro por cumprir. Se, conhecendo os poetas nos conhecêssemos melhor, estou em crer que gostaríamos mais de nós.

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Este ano, este mesmo ano em que celebramos os 500 anos do nascimento do nosso poeta maior, Camões, pergunto-me como seria o meu país, se o meu país se lembrasse dele e dos seus heróis.

Pergunto-me como seriam os nossos serões, se os acabássemos a dizer em voz alta que sim, que temos orgulho naqueles que por “obras valerosas se vão da lei da morte libertando”, mesmo se o meu país os quiser voltar a matar, enterrando no esquecimento essas obras cujos cantos nos definem, nos acrescentam e recordam os valores do nosso “ilustre peito lusitano”.

Passaram-se 500 anos, e depois dele, todos os poetas foram maiores porque ele existiu e nos cantou. Passaram-se cinco séculos, e nada, no meu país de poetas me cheira a poesia. Passaram-se 50 anos depois de Abril, e todos vão declamar Sophia, sem, verdadeiramente perceberem que isto só lá vai se entendermos as estrofes desse dia.

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