Encerrou portas em março do ano passado, no início da pandemia, mas acabou por reabrir em dezembro com uma “cara” nova e um conceito modernizado. Teresa Carvalho tinha outros planos para aquele espaço do centro de Alqueidão da Serra, mas o cenário pandémico fê-la mudar de ideias e manter a mercearia que os avós fundaram há cerca de um século.
Encerrou portas em março do ano passado, no início da pandemia, mas acabou por reabrir em dezembro com uma “cara” nova e um conceito modernizado. Teresa Carvalho tinha outros planos para aquele espaço do centro de Alqueidão da Serra, mas o cenário pandémico fê-la mudar de ideias e manter a mercearia que os avós fundaram há cerca de um século.
“Havia pouca oferta na freguesia e neste contexto as pessoas procuram deslocar-se menos e evitar as grandes superfícies comerciais”, explica a atual proprietária da Loja do Rosinha, que chegou a ponderar abrir um espaço de venda de produtos a granel. Fez questão de manter o nome do estabelecimento e preservar as memórias ali vividas. “Rosinha” era a alcunha do avô João que gostava muito de flores.
“Sempre que via uma flor diferente trazia para plantar na aldeia”, recorda Teresa. A memória do avô vai estar sempre associada a uma palmeira que plantou em 1932 no adro da igreja, imagem que agora é visível no logótipo da loja.
João e Maria Mónica “Rosinha” geriram o espaço do Largo de São João, que, além de funcionar como mercearia, funcionava também como taberna. O estabelecimento comercial chegou ainda a ser posto de rodoviária, para troca de mercadorias que chegavam e iam para fora.
Ao longo de um século de história muitas foram as lembranças e as vivências que ficaram na memória. “Lembro-me de racionarem a venda do açúcar durante a época das vindimas para não colocarem açúcar no vinho”, recorda Teresa Carvalho. Quando João “Rosinha” faleceu, os pais de Teresa Carvalho deram continuidade ao negócio e abriram um café que funcionava ao lado do mini-mercado.
Com um ar renovado, a “nova” loja do Rosinha continua a oferecer aos alqueidoenses os melhores produtos da região e tudo o que mais precisam, desde os queijos das Serras de Aire e Candeeiros, aos legumes e bolos de Alqueidão da Serra, à Maçã de Alcobaça.
A vertente ecológica também não foi esquecida neste conceito modernizado da mercearia do Rosinha.
Quando o cliente vai pela primeira vez às compras, é-lhe oferecido um saco em tecido para ser utilizado sempre que regressar. Este saco é costurado com os restos de tecido de uma loja de cortinados de Porto de Mós. A escolha da decoração também foi pensada ao pormenor para manter as características antigas. “O chão faz lembrar a calçada de Alqueidão”, adianta a responsável.
Na Loja do Rosinha sempre se trabalhou em família. Devido à pandemia, Ilda e Inofre Carvalho, pais de Teresa Carvalho, têm estado mais resguardados em casa, mas, quando tudo voltar à normalidade, o casal pretende regressar ao atendimento e aos afazeres diários da mercearia que faz parte da história do Alqueidão.