A entrega de pão ao domicílio faz recordar os tempos em que à porta de casa se deixava um saco de pano para que, todas as manhãs, o padeiro deixasse o pão fresco para o pequeno-almoço. Nos últimos anos, a tradição e o negócio vinham a perder “espaço” na rotina da população, mas a pandemia avivou memórias. Que o diga a panificadora Pão Coelho, sediada em Valado dos Frades, que desde 1860 deixa o pão à porta das clientes e que no último ano viu os pedidos ao domicílio aumentarem.
A entrega de pão ao domicílio faz recordar os tempos em que à porta de casa se deixava um saco de pano para que, todas as manhãs, o padeiro deixasse o pão fresco para o pequeno-almoço. Nos últimos anos, a tradição e o negócio vinham a perder “espaço” na rotina da população, mas a pandemia avivou memórias. Que o diga a panificadora Pão Coelho, sediada em Valado dos Frades, que desde 1860 deixa o pão à porta das clientes e que no último ano viu os pedidos ao domicílio aumentarem.
“Antes da pandemia tínhamos cerca de 300 famílias a beneficiar deste serviço, mas durante o último ano atingimos as 400 famílias”, conta Rui Baltasar, proprietário da panificadora, que “nasceu” na Cela Nova, que já teve unidade de fabrico no Bárrio e que atualmente tem as instalações em Valado dos Frades.
“Temos filhos e netos que vivem fora da região e pedem que deixemos pão na casa dos familiares para evitarem que estes se desloquem e corram riscos”, refere um dos irmãos que gere o negócio familiar, explicando que estão alocadas para este serviço três carrinhas, uma das quais elétrica, que percorrem as freguesias de Valados dos Frades, Nazaré, Cela, Bárrio e Maiorga. “A Nazaré tem sido uma das freguesias que mais aumentou este serviço ao domicílio”, aponta.
A mesma tendência foi verificada pela padaria Santa Marta, sediada na Vestiaria, que diariamente serve mais de 200 casas com variados tipos de pão. “Há mais pessoas a solicitarem este tipo de serviço com a pandemia”, nota Marisa Antunes, adiantando que o número de pedidos “duplicou nos últimos meses”.
A padaria Santa Marta leva pão fresquinho às casas dos clientes de Vestiaria, Alcobaça, Évora, Cela, Bárrio, Aljubarrota e chegam ainda ao concelho de Porto de Mós e Leiria. A gerente conta que são mobilizadas oito pessoas para o fabrico de pão durante a noite, a que se juntam mais seis nas cinco carrinhas de distribuição da empresa.“O serviço já existe há muitos anos, mas de momento tem sido um importante apoio para ajustar as contas, que agora têm sido afetadas pelos efeitos provocados pela pandemia”, assevera Marisa Antunes, acrescentando que as gerações mais novas também recuperaram a tradição de deixar o “saquinho do pão” à porta.
Por sua vez, a padaria Modelo, na Benedita, também continua a entregar o pão ao domicílio, embora o serviço tenha sido mais proveitoso durante o primeiro confinamento. “Agora houve uma redução, mas no primeiro confinamento verificou-se um aumento dos pedidos de entrega do pão ao domicílio”, refere a gerente Eugénia Machado, que tem dez carros a fazer entrega de pão porta-a-porta.
Por estes meses, ir à rua apenas para comprar pão tornou-se mais comum, mas há ainda, e cada vez mais, quem prefira colocar o saco de pão à porta de casa na noite anterior e esperar que “o padeiro passe” na manhã seguinte para aproveitar o melhor de viver na “aldeia”.