Estão, finalmente, em curso as obras de restauro e conservação da Estrada Romana de Alqueidão da Serra. A requalificação, que decorre de uma intervenção provisória realizada há duas décadas, tem como principal objetivo a conservação do património com mais de 2 mil anos, de forma a que possa ser salvaguardado como um “legado para o futuro”.
Estão, finalmente, em curso as obras de restauro e conservação da Estrada Romana de Alqueidão da Serra. A requalificação, que decorre de uma intervenção provisória realizada há duas décadas, tem como principal objetivo a conservação do património com mais de 2 mil anos, de forma a que possa ser salvaguardado como um “legado para o futuro”.
“A estrada estava muito degradada e justificava-se, mais do que nunca, uma intervenção deste género”, referiu o presidente da Câmara de Porto de Mós, em declarações ao REGIÃO DE CISTER, durante a visita aos trabalhos de restauro, realizada no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. “Queremos preservá-la e mantê-la com qualidade”, sublinhou Jorge Vala, avançando que a conclusão da obra está prevista para daqui a dois meses.
O plano de conservação e restauro da via, que foi desenvolvido em articulação com a Direção-Geral do Património Cultural, pretende manter as características deste monumento classificado como Imóvel de Interesse Público. O material utilizado é a pedra local, o mesmo material que foi usado originalmente.
Vão também ser utilizadas algumas argamassas para consolidar estruturas e ainda para “marcar a diferença de período, para que fique registado que neste período fez-se desta forma”, tal como revelou o arqueólogo da Câmara que está a conduzir o projeto em conjunto com a equipa de conservação e restauro.
“Fundamentalmente, o objetivo não é fazer uma intervenção que deixe uma marca claramente contemporânea, mas mais conservadora, embora diferenciando uma da outra”, salienta Jorge Figueiredo. “Ao limpar-se a via fica exposto um registo arqueológico que nos pode trazer nova informação, nomeadamente quanto à cronologia e quanto à identificação das técnicas construtivas”, explica o responsável. “Esta intervenção vai-nos também dizer se, além de romana, a estrada não será eventualmente medieval, por exemplo”, acrescenta.
Além de deixar um legado para as gerações futuras, o objetivo desta requalificação passa também pela valorização progressiva deste caminho que terá conduzido Nuno Álvares Pereira ao Campo Militar de São Jorge, na véspera da Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, permitindo aos turistas uma “visita condigna” da antiga estrada romana.
A estrada romana, com 100 metros de comprimento e quatro metros de largura máxima, terá sido construída entre os séculos I a.C. e I d.C. para facilitar o escoamento de ferro explorado nos Vieiros, na Figueirinha e Zambujal. O caminho deveria seguir para Tomar, via Bouceiros, que, por sua vez, faria a ligação a Paredes da Vitória, em Alcobaça, a Collipo, em Leiria, e a Conínbriga, perto de Coimbra.
A autarquia estima que a recuperação da antiga via possa custar 70 mil euros.