O Município de Porto de Mós quer criar um circuito de árvores milenares, que contribua para um desenvolvimento sustentável, no âmbito de um protocolo de cooperação entre a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Associação Vertigem. A proposta foi aprovada por unanimidade, na última reunião do executivo municipal, que decorreu na passada quinta-feira, em São Bento.
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O projeto consiste em definir um conjunto de atividades ligadas a este setor que passam, numa primeira fase, pela avaliação da idade das árvores do concelho e pela identificação das árvores autóctones. “Queremos estendê-lo a todo o território do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros”, avançou o presidente da Câmara de Porto de Mós. “O objetivo consiste em criar o bilhete de identidade da nossa floresta autóctone que é muito valorosa e muitas vezes reparamos pouco nela”, sublinhou Jorge Vala.
Com foco no carvalho e no medronho, o projeto será também estendido à oliveira, pois estima-se que seja a árvore mais antiga do território. “Isso dava-nos uma perspetiva interessante que era podermos também posicionar o azeite, através da criação de um roteiro, uma vez que já aderimos à Associação de Produtores de Azeite e temos vindo a promover o azeite nesta perspetiva”, destaca o vice-presidente da Câmara de Porto de Mós. Eduardo Amaral adianta que este projeto poderá ser um aliado à “prevenção dos incêndios”, e que, ao mesmo tempo, poderá servir para “fazer a recriação da floresta”.
Entre as ações a realizar no âmbito deste protocolo constam a realização de estudos e projetos de investigação, com base em projetos de financiamento, e também a organização de seminários, conferências, colóquios, aulas abertas e ações de sensibilização que envolvam a população e a comunidade escolar do concelho.
“É importante esta ligação ao conhecimento científico que são projetos internacionais que a Universidade tem vindo a desenvolver e aproveitar o facto de o nosso território ainda ter manchas que podem servir de referência e descobrir a identificação”, frisa Eduardo Amaral. O protocolo vai ser gerido por uma comissão coordenadora que será constituída por um representante de cada uma das instituições envolvidas.
Segundo consta na sua proposta, a UTAD tem vindo a desenvolver um trabalho relacionado com “as quercíneas e a silvicultura próxima da natureza”, enquanto que a Associação Vertigem, sediada em Portela do Vale de Espinho, no Arrimal, tem desenvolvido um projeto que tem como principal missão a “promoção da floresta autóctone na região do Parque das Serras de Aire e Candeeiros”.