Depois de “O Vil Metal”, mostra dedicada ao fabrico e à circulação de moeda nacional que foi inaugurada no passado mês, o Armazém das Artes em Alcobaça recebe outras duas exposições. Uma delas é a instalação museológica “Câmara das Maravilhas” de José Aurélio, que dá a conhecer as tradições fascinantes dos gabinetes de curiosidades, através de uma “fusão” entre a arte e o conhecimento. Inaugurada no passado sábado, a exposição apresenta uma coleção multifacetada de objetos naturais, artefactos manufaturados e obras de arte do escultor alcobacense que representam “um universo que vai desde o estudo artístico até ao colecionismo pessoal”.
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“Esta instalação não busca replicar fielmente os exemplares do passado. Em vez disso, ela se propõe a oferecer uma representação contemporânea do tradicional Gabinete de Curiosidades”, destaca Maria Manuel Aurélio, gestora do espaço cultural. Com curadoria de Alberto Guerreiro, a exibição promete “transportar os visitantes para uma jornada única”, em que “a arte, a natureza e a curiosidade se entrelaçam”.
“Câmara das Maravilhas” pode ser visitada, pelo menos, até março , às quintas e sextas-feiras, das 14 às 17 horas, e aos fins de semana, das 10 às 12:30 horas e entre as 14 e as 18 horas.
Já “Que mar se vê afinal da minha língua?”, organizada pela associação cultural Babel, que inaugura no próximo sábado, dá início a uma série de exposições mutantes que tem como tema central as práticas artísticas contemporâneas dos mundos de expressão portuguesa. Patente no Armazém das Artes e na Central-Periférica até 3 de março, a mostra vai reunir meia centena de obras de mais de 20 artistas das áreas da fotografia, do vídeo e do cinema, da poesia, da pintura, da escultura e dos media de diferentes países e territórios que têm em comum a Língua Portuguesa como materna, entre os quais os alcobacenses Thierry Ferreira e José Aurélio.
Depois de Alcobaça, passará também por Fortaleza (Brasil), Mindelo (Cabo Verde), Luanda (Angola), Maputo (Moçambique) e Macau.
“A exposição desenha-se justapondo contrastes, tensões, divergências, permitindo-se transgressões disciplinares e a criação de uma constelação relativamente inesperada da qual emerge o caráter ensaístico de uma proposta que entrelaça geografias, temporalidades e diversas disciplinas artísticas, como quem desenha, apaga e redesenha, já sem medo de errar”, sublinha a curadora, Margarida Saraiva.
A exibição é coorganizada pelo Armazém das Artes, a Central-Periférica e a REDE de Residências Artísticas dos Mundos de Expressão Portuguesa. Conta ainda com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo da RAEM, da Câmara de Alcobaça, do Instituto Português do Oriente e da Fundação Oriente.
Outra das propostas do Armazém das Artes para os próximos dias é o ciclo “Sextas com Piano”, uma iniciativa em parceria com a Academia de Música de Alcobaça, que inicia já amanhã, às 19 horas, e que vai realizar-se ao longo do próximo ano.
Já no próximo dia 23, às 19 horas, o espaço cultural acolhe o Concerto de Natal “The Xmas Jazz Songbook” com Filipe de Moura & Hugo Trindade. A atuação faz uma viagem pelo cancioneiro natalício, em tons de jazz, revistando as clássicas interpretações de Nat King Cole, Frank Sinatra ou Ella Fitzgerald.
Também no âmbito das celebrações natalícias, o Armazém das Artes assinala o regresso da semana das oficinas criativas “Riscos e Rabiscos”, estreada no Verão e destinada aos mais novos que volta repleta de novidades nestas férias do Natal.
“Pintar uma História”, “Desaparecidos e encontrados”, “Com carimbos também se pinta”, “Valor da música” são os temas do próximo ciclo que decorre entre os próximos dias 26 e 29, das 10:30 às 12 horas. A iniciativa realiza-se também através da parceria com a Academia de Música de Alcobaça. Podem inscrever-se nas atividades crianças dos 6 aos 10 anos.
Até ao próximo dia 8 de março de 2024, o espaço cultural recebe ainda “O Vil Metal”, dedicada ao fabrico e à circulação de moeda nacional e que surge de uma parceria entre o Armazém das Artes e a Imprensa Nacional – Casa da Moeda, com o apoio da Câmara de Alcobaça. A exposição inclui um núcleo inteiramente dedicado ao percurso do escultor José Aurélio.
Razões de sobra para visitar o Armazém das Artes, no centro da cidade de Alcobaça, durante os próximos tempos não vão faltar.