Nunca recebeu qualquer quantia financeira para ser treinador do Centro Social de Évora, mas esse detalhe apenas demonstra uma das razões que levaram a Direção do clube eborense a escolher Joaquim Bernardes para ser pioneiro no futsal masculino e, já esta época, no futsal feminino.
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O eborense, de 62 anos, foi o escolhido para liderar a primeira equipa de futsal masculino do emblema, na temporada 2016/17, e, em setembro, foi também o responsável por dar início ao escalão feminino na equipa da freguesia de Évora de Alcobaça.
“É uma honra estar associado a estes dois momentos na história do Centro Social de Évora”, destacou Joaquim Bernardes ao REGIÃO DE CISTER, revelando que “só este” clube o poderia “fazer sair da reforma”. “Demorei dois ou três dias a aceitar o convite para treinar a equipa feminina, mas o carinho que tenho por esta casa sobressaiu na hora da decisão”, explicou o técnico, que havia liderado a equipa masculina entre 2016 e 2021.
O destino quis que Joaquim Bernardes interrompesse a carreira durante duas épocas, mas esse mesmo destino definiu também que o regresso às quadras era uma questão de… tempo.
“Quando decidimos que íamos apostar na criação de uma equipa feminina já sabíamos que queríamos que fosse o ‘Quim’ [alcunha pela qual é tratado] a treinar. É uma pessoa da casa, que partilha dos nossos valores, e que sabe exatamente a nossa ideia para o futuro do clube”, interpelou o presidente do Centro Social de Évora aquando da reportagem do REGIÃO DE CISTER. “O Quim é parte fundamental desta história que temos vindo a escrever e era fundamental para esta Direção que ele estivesse ligado ao nascimento do futsal feminino em Évora. Como esteve no masculino”, justificou Vítor Carneiro.
As palavras do dirigente máximo do clube deixaram Joaquim Bernardes naturalmente embevecido, todavia o técnico manteve a tranquilidade que o caracteriza e opta por valorizar o crescimento de um clube que, asseverou, gostava de “um dia ver chegar aos escalões nacionais com uma base sólida criada pelas equipas de formação”. “O caminho tem de ser por aí”, evidenciou o experiente treinador.
Sobre a estreia da equipa feminina nas competições distritais, o técnico – com passagens por vários clubes do concelho – afiançou que “está a correr dentro daquilo que era perspetivado”. “É um ano zero e, por isso, não podemos exigir em demasia. Mas já se nota uma grande evolução na qualidade do nosso jogo”, adiantou.
A equipa feminina do Centro Social de Évora ocupa atualmente a 5.ª posição do campeonato distrital, com 5 pontos, mas não quer ficar por aqui.Até porque a única coisa que o eborense Joaquim Bernardes faz mesmo questão de receber é o sentimento de concretização dos objetivos em prol de um clubes que adora. Contribuindo, dessa forma, para o crescimento da modalidade na sua freguesia.