Está prevista para maio a inauguração do Statua Museu Internacional de Estátuas Vivas nos Pisões, União de Freguesias de Pataias e Martingança (UFPM).
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O projeto é do recordista mundial da imobilidade, António Santos. Conhecido por “staticman” ou “homem estátua”, o pisoense vai adaptar a antiga escola primária da aldeia para acolher o projeto cultural. “Organizarei a partir de lá outras atividades, mas o museu vai ser o epicentro”, explica o premiado artista em declarações ao REGIÃO DE CISTER, adiantando que o dia de abertura ainda não está definido.
Nas próximas semanas, António Santos continuará a recolher material para a exposição, que ficará patente de forma contínua. O espólio já integra peças internacionais, avança ainda o homem estátua.
Entre os objetos também a figurar no museu vão estar, por certo, o banco que o acompanhou durante décadas desde a sua primeira atuação em 1987 ou os certificados dos seis recordes mundiais de que é detentor. Só a vida artística de António Santos, que atuou em mais de sete dezenas de países, bastaria para encher várias páginas da história das estátuas vivas.
Em março do ano passado, António Santos promoveu a primeira iniciativa no edifício cedido pela Câmara de Alcobaça, Na ocasião, o artista abriu ao público as portas da antiga escola – onde o próprio frequentou o ensino primário – para celebrar o 36.º aniversário enquanto estátua viva, ou melhor, os 35+1, como fez questão de frisar. Na ocasião, o edifício encheu-se de estátuas com e sem movimento, marionetas, performances dos artistas da imobilidade, exposição dos cartazes desde há décadas e as roupas dos espetáculos das estátuas vivas.
António Santos é um dos poucos artistas nacionais da imobilidade a viver exclusivamente daquela arte. Desde a primeira atuação, há 37 anos, nas Ramblas, em Barcelona, Espanha, tornou-se o primeiro homem estátua do mundo e é reconhecido internacionalmente pelos vários recordes que estabeleceu ao longo dos anos, tendo atuado nas ruas de 72 países. Hoje integra um dos quatro grupos que se dedicam à imobilidade em Portugal e se dedicam à transformação para estátua – pintam a cara e o corpo de modo a parecer ferro, pedra, bronze, plástico ou qualquer material que crie a ilusão de que não é uma pessoa de verdade.
Em 2021, António Santos foi homenageado pela UFPM, que promoveu várias atuações do artista da terra.
Com um museu a caminho, milhares de atuações no currículo e mais de 500 personagens criadas, há um projeto que António Santos ainda não concretizou. O pisoense confessa o gosto em concretizar um encontro nacional de estátuas vivas na sede de concelho.