Com o Ascensor da Nazaré encerrado há mais de um ano, devido às obras que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) leva a cabo nas arribas, a Associação Comercial, Industrial e de Serviços da Nazaré (ACISN) equaciona vir a avançar para a justiça contra aquele organismo do Estado, que responsabiliza pelos prejuízos causados aos comerciantes.
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A intervenção na arriba do Sítio da Nazaré, que a APA estimava demorar oito meses, prolonga-se há mais de um ano, o que tem arrastado as dificuldades dos empresários com negócios abertos no Sítio e na Praia, junto às gares superiores e inferiores do Ascensor, como explica o presidente da ACISN, Bruno Pereira, ao REGIÃO DE CISTER.
As viagens de Ascensor estão a ser substituídas pelos Serviços Municipalizados da Nazaré por deslocações de autocarro, o que traz especiais prejuízos sobretudo aos empresários com negócios na zona inferior do equipamento, nomeadamente na Travessa do Elevador, onde os comerciantes estimam que a quebra na faturação ultrapasse os 70%.
É o caso de Mário Silvério, proprietário do Barrete Preto, loja de personalização de artigos turísticos. “Vivemos uma situação gravíssima”, sublinha o comerciante, que conta com três colaboradores e equaciona “mandar o pessoal embora quando acabar o contrato”. Ali bem perto, na Tasca da Marina, o cenário é muito semelhante. “É muito ingrato porque estamos a ser muito afetados. Temos dias em que não fazemos 1 euro”, lamenta Marina Póvoa. A comerciante apela a medidas que apoiem os empresários, como a isenção do pagamento de esplanadas, de forma a minimizar prejuízos.
A obra de estabilização da arriba, que arrancou em janeiro de 2023, foi suspensa em julho por proposta da autarquia, para permitir o funcionamento do Ascensor, carinhosamente tratado pelos nazarenos como Elevador, no período de verão e de época alta na Nazaré.
Os trabalhos de consolidação da arriba estiveram parados até ao passado mês de setembro, quando foram retomadas as obras e, em consequência, encerrado novamente o Ascensor. Na ocasião, a APA estimava terminar a intervenção no final de dezembro, o que não aconteceu e causou revolta entre os comerciantes, que têm sido defendidos neste processo pela ACISN.
O vereador responsável pelos Serviços Municipalizados da Nazaré, Orlando Rodrigues, entretanto nomeado vice-presidente da Câmara, avança que o final deste mês é o último prazo indicado pela APA para a conclusão da empreitada de sustentação da arriba, mas o certo é que a paciência dos comerciantes está a esgotar-se.