A Recauchutagem 31, empresa especializada na reconstrução de pneus desde 1969, é uma marca identitária da cidade e do concelho de Alcobaça. Mas também na Europa, e sobretudo em Espanha, tem granjeado patamares de qualidade que elevam a procura no mercado internacional.
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Prova disso é o facto de mais de 60% do volume de negócios (perto de 7 milhões de euros) da empresa em 2023 ter resultado das exportações. “Uma grande componente do volume de negócios da Recauchutagem 31 é para exportação”, apontou uma das administradoras ao REGIÃO DE CISTER, dando conta de que o principal destino é o mercado europeu. “Mais de 60% da nossa produção foi para exportação, sendo que o nosso primeiro mercado é o espanhol, logo seguido por França e Alemanha”, explicou Rita Marques, acrescentando que a “faturação para o mercado espanhol ronda os 2,8 milhões de euros”.
A Recauchutagem 31 produz também para outros mercados europeus – são os casos de Inglaterra, Países Baixos e Bélgica –, sendo que a exportação é muito reduzida para os continentes africano e americano. “Os mercados europeus trazem-nos maior rentabilidade, são mercados que dão valor à qualidade do produto, e não tanto ao preço, e que acabam por ser mais interessantes de explorar”, justificou a empresária, explicando que “é mais fácil comercializar dentro do espaço europeu”. “A transação de mercadorias é mais fácil e as taxas de importação são menores”, referiu, asseverando que as taxas de importação de pneus recauchutados nos outros continentes acentuam-se bastante.
Repisando os mercados espanhol, francês e germânico, a neta dos fundadores da empresa assume que são “mercados de grande dimensão, com elevado número de frotas”. “Temos uma grande diversidade de produtos e esses mercados também têm falta de alguns desses produtos”, contextualizou, assegurando que “nos próximos dois a três anos, a estratégia continuará a passar muito por Espanha, pela proximidade”.
Com cerca de 85 colaboradores e com uma produção diária que ronda os 400 pneus, a Recauchutagem 31, que também tem instalações em França, assume-se como a empresa do setor com a produção mais variada do Mundo, apostando fortemente na constante inovação de produtos.
A empresa – que em 1990 registou duas marcas para as gamas integrais (FEDIMA), para pneus de turismo, competição, 4×4, comerciais e camião, e CAFEMA, para a gama de pneus agrícolas – acentuou o processo de internacionalização a partir do início do milénio e a verdade é que os números têm aumentado significativamente. “Há 10 anos, 30 a 40% da nossa produção era para exportação e os números têm vindo a aumentar gradualmente. Acima dos 60%, como já estamos, já é um número muito interessante para nós”, assumiu Rita Marques, sublinhando que, no presente ano, é “quase certo” de que a percentagem vai aumentar, sobretudo no mercado espanhol, por via de mais um projeto com um cliente. “Julgo que vamos continuar dentro destes valores”, analisou.
Ainda assim, a gestora garante que o foco passará também, e como sempre, pelo mercado português. “A recauchutagem permite a reutilização do pneu, portanto, em termos de economia circular é fundamental. O sistema de gestão de pneus usados em Portugal é gerido pela ValorPneu e nós fazemos parte desse circuito. Uma das nossas bandeiras é contribuir para essa economia circular do nosso País”, exacerbou.
Sobre a possibilidade de “instalar” a empresa noutros países da Europa, a empresária afirma que a “aposta passa pelos distribuidores locais”. “É preciso conhecer o mercado local e tentamos ter sempre distribuidores locais de alguma dimensão que possam fazer a distribuição em cada um dos países”, reiterou.
Já relativamente ao tipo de pneus produzidos, salientou que a empresa vive um período de “transformação” e que, de momento, “o que é mais valorizado são pneus cada vez maiores”. “Além dos pneus de camião, também os pneus industriais, os pneus agrícolas, pneus florestais. Pneus de maior dimensão, portanto”, rematou.