O 45.º aniversário do Parque Nacional de Serra de Aire e Candeeiros (PNSAC) foi celebrado, na passada quinta-feira, no Armazém das Artes, em Alcobaça, num fórum comemorativo que deu a conhecer os objetivos e as diretrizes do plano de cogestão, que se aplica aos limites do parque, dispersos pelos municípios de Alcanena, Alcobaça, Ourém, Porto de Mós, Rio Maior, Santarém e Torres Novas.
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Óscar Pires, técnico de apoio da Associação de Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros (Adsaica), apresentou o programa de medidas e ações do plano, que contempla três eixos, dez medidas, 29 linhas de ação, 81 ações e comporta um investimento total de 75,9 milhões de euros. Os três eixos do plano de cogestão visam: a promoção do território, que procura afirmar “a preservação do património, a estruturação e a reabilitação estrutural, a valorização dos produtos locais e do turismo sustentável, garantindo a promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo do território, estimulando a preservação e inovação das práticas ligadas às comunidades; comunicação e sensibilização, para que “seja disponibilizada informação segura, clara, ordenada e de qualidade, quer à comunidade que habita o território, quer ao turista que o visita” e valorização e proteção do património natural, promovendo “estudo e a avaliação constante dos valores naturais presentes, e da sua evolução”, de modo a “definir linhas de atuação e ações específicas, dinâmicas e devidamente adequadas à preservação e salvaguarda do património”.
Eduardo Amaral, vice-presidente da Câmara de Porto de Mós e presidente da Adsaica, desvenda, em declarações ao REGIÃO DE CISTER, que a iniciativa “Ouro Líquido” – destinado a recuperar olivais e lagares dos seis concelhos abrangidos para a venda do azeite – é um dos projetos já em vigor, inseridos no plano de cogestão. “Está a ser feito um levantamento de produtores de azeite e de outras áreas inerentes para que os seus produtos possam ser certificados para lhes acrescentar valor”, explica o autarca, salientando a importância “de arranjar mercados para que os artigos possam ser vendidos, criando um centro de distribuição com a marca Aire e Candeeiros”.
Também presente no evento, em representação do Município de Alcobaça, o vice-presidente da Câmara realçou a importância da cooperação entre todos os concelhos integrantes. “Todos os municípios envolvidos têm as suas mais-valias que servem de motivação para os nossos visitantes”, começou por intervir Paulo Mateus. “Se aliarmos todas essas mais-valias numa mesma estratégia de promoção, podemos todos beneficiar em termos de prestígio e projeção. A Serra de Aire e Candeeiros é o elo de todo um território, com praias, gastronomia e cultura. Esta visão de conjunto é essencial”, notou.
Paulo Mateus expressou ainda o desejo de ver este modelo de gestão implementado, com o apoio do ICNF, no Vale da Ribeira do Mogo, entre Chiqueda e Ataíja, “dadas as suas características únicas em matéria de geologia e ecossistemas”.