Sonhou ser professora. Mas também quis ser cabeleireira. Foi este último que prevaleceu e o sonho tornou-se realidade: o salão Lúcia Cabeleireiros está aberto há 32 anos e é o mais antigo espaço comercial da área em atividade na freguesia de Turquel.
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Um marco que muito orgulha Lúcia Ribeiro, de 57 anos, profissional da área desde os 11 anos e que, antes de abrir aquele que viria a ser o projeto profissional da sua vida, ainda aprendeu o ofício durante 15 anos num cabeleireiro em Alcobaça.
A turquelense tinha 27 anos quando se lançou a “solo”, e, desde então, pelas suas mãos já passaram milhares de “cabeças”. Ora para manter o cabelo arranjado durante o quotidiano, ora para festas e casamentos. “Já penteei mais de uma centena de noivas aqui da zona”, confidenciava a turquelense ao REGIÃO DE CISTER, já depois de enaltecer a “casa” que foi construindo ao longo do tempo. “Costumo dizer que os meus clientes são também parte da minha família”, asseverou, recordando “famílias inteiras” que frequentam o estabelecimento.
“Já passaram por aqui quatro gerações da mesma família e isso é algo que me deixa muito feliz”, acrescentava.
Sobre os clientes – alguns dos quais tornaram-se mesmo amigos –, são provenientes de freguesias circundantes, do concelho de Caldas da Rainha e até… de Lisboa ou do estrangeiro.
“Tenho clientes que se mudaram para Lisboa, mas que continuam a vir aqui cortar e arranjar o cabelo, mas também tenho outros no estrangeiro e que, quando voltam, fazem questão de vir à nossa casa”, revelou.
O trabalho já não tem a intensidade de outrora – chegou a contar com mais três colaboradoras e atualmente tem apenas mais uma –, mas os tempos também mudaram. “Hoje em dia as pessoas arranjam-se e isso nota-se”, justificou, notando que os sábados, apesar de não tanto como há anos, continuam a ser os dias mais preenchidos. “Ao longo do tempo também foi conseguindo fazer com que as pessoas não viessem ao cabeleireiro apenas ao sábado”, contextualizou.
Sobre o espaço, que labora há 32 anos, de terça-feira a sábado – o domingo e a segunda-feira são folgas “sagradas” – continua a receber uma média de 10 a 15 pessoas diariamente. “Sobretudo mulheres, porque este é um cabeleireiro feminino, apesar de também cortarmos o cabelo a homens e crianças, mas de forma mais pontual”, afirmou. “É o projeto da minha vida e é um orgulho tremendo olhar para trás e observar o trajeto que fui construindo”, destacou Lúcia Ribeiro.
É certo que os dois filhos seguiram áreas profissionais bastante distintas, pelo que as portas da Lúcia Cabeleireiros vão fechar quando a fundadora o entender. Ainda assim, e da mesma forma que há 32 anos se lançou “a solo” num espaço comercial próprio, a turquelense definiu ao REGIÃO DE CISTER um novo sonho: “adoraria que a casa chegasse aos 50 anos e vou lutar por isso”, traçou a empresária que quer permanecer no “ativo” até que “as pernas e a cabeça já não deixem mais”.
O que não será de admirar, a julgar pela alegria com que fala deste seu “amor” e com a simpatia com que continua a brindar os clientes. Os novos e os de longa data.