Mais de um mês depois das eleições que foram impugnadas pelas duas listas candidatas aos órgãos sociais para o mandato 2025-2028, o Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça (Ceeria) está sob gestão corrente da Direção cessante até que haja decisão judicial, revelou o Centro Distrital de Segurança Social de Leiria ao REGIÃO DE CISTER.
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“A gestão corrente da instituição está assegurada por parte dos elementos que integram a Direção cessante, nos termos legais, até que haja decisão judicial”, avança a entidade, na sequência do pedido de esclarecimentos feito pelo REGIÃO DE CISTER.
Numa curta resposta, a entidade revelou ter requerido a “intervenção urgente” do Ministério Público de Alcobaça, sublinhando a necessidade de “promoção das medidas previstas no Decreto-Lei nº 172-A/2014, de 14 de novembro, no sentido de salvaguardar os interesses da instituição, dos seus utentes e associados, e do Estado”. O processo, avança ainda o Centro Distrital de Segurança Social de Leiria, encontra-se em curso.
Recorde-se que o Ceeria foi a eleições no passado dia 27 de dezembro, num ato eleitoral conturbado – o mais participado de sempre e que decorreu durante largas horas – que acabaria por impugnado pelas duas listas candidatas, adiando a eleição dos órgãos sociais durante o quadriénio 2025-2028.
Na noite do ato eleitoral, os representantes das duas candidaturas, Pedro Pombo e José Godinho, manifestaram a insatisfação face ao decorrer do sufrágio e as situações que consideraram “ilegais” e “incorretas” terão sido reportadas à Segurança Social e ao Ministério Público.
No entanto, no Citius, plataforma desenvolvida pelo Ministério da Justiça para agilizar e facilitar o andamento dos processos judiciais, através do recurso a diversas plataformas informáticas, entre o período de 27 de dezembro e 28 de janeiro, apenas consta o pedido de anulação de deliberações sociais, solicitado por Pedro Pombo e Fernando Azeitona, candidatos a presidente da Direção e da Assembleia Geral, respetivamente, pela lista A.
Até ao fecho desta edição, não foi possível ouvir José Godinho, candidato pela lista B, e presidente da Direção cessante, para obter mais esclarecimentos sobre o assunto.
A instituição, de resto, tem estado envolta em polémica nos últimos meses, sobretudo a partir do momento em que foi agendada uma assembleia geral, realizada no passado dia 28 de novembro, em que um dos pontos era o pedido de demissão de dois sócios por alegadas irregularidades. Após contestação durante a sessão, o ponto da ordem de trabalhos, solicitado pela Direção em funções à data, acabaria por ser retirado pelo então presidente, José Godinho. No entanto, o tema apenas “aqueceu” o ato eleitoral que viria a realizar-se um mês depois, e que originou trocas de acusações entre a lista candidata e a Direção em funções, cuja recandidatura – com várias alterações – foi apenas conhecida à boca das urnas.