Sexta-feira, Abril 18, 2025
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Há 32 anos a “guardar” memórias e histórias

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No 32.º aniversário do Região de Cister, celebramos os ofícios tradicionais que ajudaram a moldar a história da nossa região. Esta edição é uma singela homenagem a esses homens e mulheres que, com o seu trabalho, deixaram um legado, e ao jornalismo local, que tem a missão de preservar as memórias da nossa gente.

O padeiro deixava o pão no portão de minha casa. Ao sábado, religiosamente, ia com a minha avó materna, comprar queijos secos, que a senhora da serra fazia, e peixe fresco, que a peixeira da Nazaré trazia, à praça. O meu bisavô era moleiro, mas a ele já não o conheci. A minha mãe, costureira, a minha avó paterna, bordadeira. Fui muitas vezes ao videoclube da minha terra. E ainda consigo ouvir o ferreiro, que batia o ferro na bigorna, no fundo da rua da minha primeira casa. O amolador ainda passa, de quando em vez, à porta do jornal, na sua bicicleta. Ainda há pouco tempo fui ao sapateiro e encontrei a minha tia carteira na conversa com ele. O talho do meu tio, onde a minha madrinha também trabalhou, fechou portas no ano passado.

O meu tempo – nunca gostei desta expressão – não é mais do que o tempo de todos nós, apesar das diferenças geracionais. A cada geração, novos ofícios surgem. A memória dos antigos, aqueles que nos acompanharam desde sempre e que ainda “vivem” na nossa rua, na nossa terra, é um pequeno tesouro, um legado que é preciso ser escrito para ser eternizado. Os jornalistas assumem essa missão, a de preservar histórias e memórias. E, agora, veio-me à memória o jornalista mais contador de histórias que conheço, o meu/nosso José Eduardo, conhecido e tratado como Jero. Teria feito, uns dias antes do aniversário do REGIÃO DE CISTER, 85 anos. E sei que teria, terá, vibrado com a ideia de dedicarmos a edição do 32.º aniversário do nosso jornal aos ofícios de antigamente.

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O Região de Cister tem sido, ao longo destas três décadas, um espaço onde as histórias locais ganham vida. Em cada linha escrita procuramos sempre refletir a importância do jornalismo local como guardião da nossa identidade, como um elo entre o passado e o presente. É, por isso, mais que merecido partilhar com os nossos leitores e assinantes as histórias que ajudaram a moldar a nossa identidade e da nossa região, numa edição em que também celebramos mais um ano de notícias do REGIÃO DE CISTER. Tendo em conta os dias amargos que a imprensa regional vive, cada aniversário vivido, com mais uma edição do jornal na rua, é um verdadeiro motivo de celebração.

Relojoeiro, costureira, pasteleiro, pastora, moleiro, calafate, oleiro, cestadeira, calceteiro, tipógrafo, carteira, taxista, pintor de construção civil, carpinteiro, resineira, forneiro. Todos estes ofícios ganham vida nas páginas desta edição especial de aniversário do Região de Cister. Na memória dos nossos leitores cabem outros tantos ofícios que, ao longo dos anos, foram desaparecendo, mas que não perderam a sua importância no nosso imaginário coletivo.

A singela homenagem que o Região de Cister faz, com esta edição especial de aniversário, dedicada a estes homens e mulheres, é um tributo ao trabalho árduo, à dedicação e à arte que cada um destes ofícios representou e ainda representa.

Com as novas tecnologias e a velocidade dos dias que caracteriza o nosso tempo, é essencial que não percamos de vista o valor dos saberes antigos – dos ofícios transmitidos de geração em geração, das histórias e dos conhecimentos que essas pessoas carregam com tanto orgulho. E, claro, que o REGIÃO DE CISTER continue a dar à estampa, pelo menos, mais 32 anos, para continuar a “guardar” memórias e histórias.

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