Um homem de 46 anos, detido pela Polícia Judiciária (PJ), pela morte de um empresário, 39 anos, vai aguardar julgamento em prisão preventiva, decisão tomada pelo Juízo de Instrução Criminal de Leiria após o primeiro interrogatório judicial. O suspeito encontra-se indiciado também pela detenção de arma proibida, segundo o Ministério Público do DIAP de Alcobaça.
De acordo com a nota da Procuradoria da República publicada na internet, “o arguido foi fortemente indiciado pela prática de um crime de homicídio qualificado e de detenção de arma proibida”. Os factos ocorreram na manhã da quarta-feira da semana passada, na localidade dos Moleanos, na freguesia de Aljubarrota, a poucos metros do IC2, quando o arguido disparou uma arma de fogo em direção à face da vítima, que se encontrava dentro do seu veículo, parado na berma da estrada a falar ao telemóvel.
O MP acrescenta que “o Juízo de Instrução Criminal considerou existir perigo de continuação da atividade criminosa e de perturbação da ordem pública, determinando a prisão preventiva como medida adequada e proporcional”.
Segundo a PJ, o crime ocorreu “num contexto passional, dado que a mulher do suspeito teria um relacionamento amoroso com a vítima”. A vítima foi surpreendida no interior do seu veículo, sofrendo uma única lesão ao nível da cabeça, que se revelou fatal. “O agressor, após cometimento do crime, apresentou-se na GNR de Alcobaça, confessando a sua autoria”, acrescenta a PJ, em comunicado de imprensa.
O inquérito prossegue sob a direção do Ministério Público do DIAP de Leiria, com a coadjuvação da PJ, visando esclarecer integralmente os factos e apurar a eventual responsabilidade por outros crimes associados.
Os Bombeiros de Alcobaça ainda foram chamados ao local por volta das 11 horas, mas não conseguiram salvar a vítima. O comandante Leandro Domingos relatou que, ao chegarem, encontraram a vítima “inconsciente, sentada ao volante e com traumatismo na face, proveniente de uma arma de fogo, já sem sinais vitais”. O corpo foi posteriormente transportado para o Instituto de Medicina Legal de Leiria. No local estiveram 12 operacionais, entre elementos da PJ, GNR e bombeiros, apoiados por cinco viaturas.
A vítima era empresário da construção civil e residia no Carrascal, freguesia de Aljubarrota, a cerca de cinco quilómetros do local do crime. Fazia ainda parte dos órgãos sociais do Centro Cultural e Recreativo do Carrascal, onde a mulher do agressor trabalhava, como funcionária do bar daquela associação.
O agressor, pai de três filhas, suspeitava que a mulher mantinha um relacionamento extraconjugal com o homem que acabaria por matar. No dia antes do crime, terá publicado numa rede social uma mensagem de lamentação amorosa, dirigindo-se depois ao encontro da vítima.


