“É quase meio milhão de euros e cada cêntimo terá de ser triplicado em ações no terreno”. Foi com esta afirmação contundente que Nuno Batalha, presidente da Mesa Administrativa da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, marcou a apresentação pública do novo Contrato Local de Desenvolvimento Social — o CLDS 5G Nazaré. A quinta geração deste programa nasce com uma missão clara: responder, de forma rigorosa e próxima, às vulnerabilidades sociais do concelho ao longo dos próximos quatro anos.
Este conteúdo é apenas para assinantes
Com um investimento elegível de 417 mil euros, financiado pelo Fundo Social Europeu +, Portugal 2030 e União Europeia, o projeto será implementado durante 48 meses, abrangendo as três freguesias e gerido pela Confraria, com o Município da Nazaré como entidade promotora. A equipa técnica é composta por Carla Faustino, assistente social e coordenadora do projeto, Olga Lança, socióloga, e João Zarro, advogado, estando a funcionar no antigo Centro Comunitário.
A validação desta nova candidatura resulta, segundo Nuno Batalha, do “sucesso das gerações anteriores” e da confiança renovada quer pela Segurança Social, quer pela autarquia. “A nossa obrigação é usar cada cêntimo com mais rigor ainda e transformar o apoio financeiro em impacto real para quem mais precisa”, reforçou, sublinhando que estes quatro anos de execução serão guiados pela disciplina na gestão e pela resposta diária às necessidades das populações mais vulneráveis.
O diretor distrital da Segurança Social de Leiria destacou a dimensão e relevância da Confraria, que descreveu como “uma das maiores e mais diversificadas instituições do distrito”, com respostas que vão da creche às cantinas sociais, passando pelo acolhimento de refugiados e programas de autonomização. “O CLDS é uma estrutura essencial para trabalhar fragilidades sociais de forma imediata e diferenciada”, afirmou João Paulo Pedrosa, lembrando que apenas três concelhos do distrito – Porto de Mós, Batalha e Óbidos – não dispõem ainda desta resposta.
Já o vice-presidente da Câmara, Miguel Sousinha, sublinhou que a transferência de competências sociais para os municípios só faz sentido “num prisma de parcerias”. A coesão social, disse, é “uma área de missão” cujos resultados “não são imediatos”, mas exigem continuidade e capacidade de articulação.
Sob o lema “Por tod@s, com tod@s”, o CLDS 5G Nazaré desenvolve seis atividades que vão desde ações culturais e recreativas à intervenção em contexto de emergência, passando pelo combate à violência, informação sobre direitos, capacitação económica das famílias e acompanhamento direto de pessoas em situação de sem-abrigo. Os destinatários prioritários incluem migrantes, minorias étnicas, pessoas com deficiência, sem-abrigo e todos os que enfrentam vulnerabilidade social. Com portas “escancaradas” para a comunidade e para os parceiros, como frisou a Confraria, o novo contrato representa não apenas continuidade, mas um reforço de compromisso. “A comunidade só tem a ganhar”, garantiu Nuno Batalha.
Agora, começam quatro anos de trabalho no terreno, para transformar presença em mudança.


