O concurso público para o cargo de diretor do Mosteiro de Alcobaça está a causar enorme polémica, tendo sido abordado na reunião do executivo municipal desta segunda-feira. A existência de uma carta anónima que denunciava a viciação do concurso “divide” a Câmara.
O concurso público para o cargo de diretor do Mosteiro de Alcobaça está a causar enorme polémica, tendo sido abordado na reunião do executivo municipal desta segunda-feira. A existência de uma carta anónima que denunciava a viciação do concurso “divide” a Câmara.
O assunto foi levantado pela munícipe Sofia Martins, que tomou conhecimento do resultado do concurso público, que ainda não foi publicado em Diário da República, lamentando que o alcobacense Jorge Pereira de Sampaio deixasse o lugar.
Este sábado, o jornal digital Tinta Fresca anunciou que Ana Pagará, técnica superior da Câmara de Mafra, venceu o concurso público, acrescentando que Jorge Pereira de Sampaio ficou em 3.º lugar. A notícia, que não cita fontes oficiais, fala ainda de uma carta anónima que a Câmara teria recebido “há cerca de um mês, indicando a vencedora do concurso, nome que se veio a confirmar”.
Perante a notícia, a vereadora Eugénia Rodrigues (PS) acusou a maioria relativa do PSD de “falta de transparência”, exigindo que a carta anónima fosse enviada para o Ministério Público, posição igualmente adotada por Carlos Bonifácio (CDS). O assunto suscitou enorme celeuma, levando Rogério Raimundo (CDU) a procurar apaziguar a discussão: “cartas anónimas não podem fazer a malta perder a cabeça”.
O presidente da Câmara procurou esclarecer o executivo, salientando que “ao longo do mandato” de Jorge Pereira de Sampaio à frente do Mosteiro manifestou à tutela que o alcobacense “fez um bom trabalho institucional”, lamentando que o historiador venha a ser substituído no cargo. Paulo Inácio, porém, recusou o envio da carta anónima para o Ministério Público, por considerar que o conteúdo da missiva “não tipifica crime”, por conter apenas “análises subjetivas”. O autarca do PSD entende, ainda, que “um presidente de Câmara não se mete num concurso público”, revelando que outra carta anónima terá sido enviada para o Mosteiro e que terá dado entrada na Direção-Geral do Património Cultural.
Contactado pelo REGIÃO DE CISTER, Jorge Pereira de Sampaio preferiu, por enquanto, não prestar declarações sobre o assunto.
Fonte oficial da Direção-Geral do Património Cultural declinou fazer comentários sobre a polémica, reservando uma posição formal para depois da publicação dos resultados do concurso público.