Quarta-feira, Novembro 27, 2024
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Solidariedade que nasce da terra

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“Quem dá o que lhe dão é amigo do coração”. O ditado não poderia ser mais apropriado em Valado dos Frades, onde um grupo de pequenos e grandes agricultores dá ao Centro Social de Valado dos Frades o que a terra lhes dá.

“Quem dá o que lhe dão é amigo do coração”. O ditado não poderia ser mais apropriado em Valado dos Frades, onde um grupo de pequenos e grandes agricultores dá ao Centro Social de Valado dos Frades o que a terra lhes dá. São nabos, cenouras, alhos franceses ou fruta… “Toda a ajuda é bem vinda”, enaltece Ana Cristina Pereira, vice-presidente da instituição. E há motivos de sobra para ajudar o Centro. Seja para retribuir a uma instituição, que contribui tanto para a comunidade, ou apenas para tentar ajudar o próximo. 

Agricultor desde que é gente, Carlos Paiva é um dos produtores que frequentemente doa alguns produtos agrícolas. No seu caso, isso significa alhos franceses e nabos. O valadense conta ao REGIÃO DE CISTER que decidiu começar a contribuir porque o Centro Social é uma instituição que lhe é querida. Foi ali que cresceram os três filhos “e uma neta”. Além disso, também tem outros familiares idosos que beneficiaram dos serviços de apoio à terceira idade, prestados por aquela instituição.

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Helena Boleixa também dedicou toda a sua vida à agricultura. À exceção da fruta, produz “de tudo um pouco o que são produtos hortícolas”. E entrega semanalmente ao Centro Social os excedentes da produção. “Apesar de haver muita crise e fome no País, nós [os comerciantes] não conseguimos vender no mercado nada que não esteja ‘bonitinho’, mesmo que seja a preços muito mais baixos”, lamenta. 

Mas não são só empresários agrícolas que ajudam o Centro Social. Além de ministrar uma aula de bordado na Universidade Sénior da Nazaré, Ana Condinho dedica o seu tempo a uma pequena horta que, em conjunto com o marido, trata “para autoconsumo”. “Tudo o que sobra é doado”, adianta. “Estou eternamente grata ao Centro Social e continuarei a ajudar a instituição até que a voz me doa”, conclui a valadense.

A “onda” de solidariedade arrancou no início do ano quando Ana Cristina Pereira e José Santos, membros da Direção do Centro Social, visitaram inúmeros agricultores da vila para uma ação de sensibilização de responsabilidade social. “Dado que ainda estamos em época de sementeira, as doações têm corrido bem”, adianta o antigo presidente da Junta de Valado dos Frades. Por isso, é “natural que nos próximos meses a quantidade e diversidade aumente”, conclui.

A solidariedade deste grupo de agricultores não é inédita no Centro Social. De facto, a própria instituição foi erguida pelo trabalho braçal de inúmeros valadenses num terreno doado por Guilhermina e Dolores O’Neill. Pode dizer-se, portanto, que em Valado dos Frades, a solidariedade nasce, literalmente, na terra.

 

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