O executivo da Câmara da Nazaré aprovou, com os votos contra da oposição PSD e do Grupo de Cidadãos Independentes do Concelho da Nazaré (GCICN), a cedência de exploração do parque subterrâneo Cândido dos Reis e das zonas de estacionamento pago de todo o concelho para a Nazaré Qualifica.
O executivo da Câmara da Nazaré aprovou, com os votos contra da oposição PSD e do Grupo de Cidadãos Independentes do Concelho da Nazaré (GCICN), a cedência de exploração do parque subterrâneo Cândido dos Reis e das zonas de estacionamento pago de todo o concelho para a Nazaré Qualifica (NQ). O contrato celebrado entre a autarquia e a empresa municipal vigora até ao final do próximo ano.
A proposta apresentada pela maioria PS causou polémica na reunião de Câmara, que decorreu esta terça-feira, em que o ponto da ordem do dia foi submetido a apreciação e votação. António Trindade (GCICN) considerou que esta cedência é uma “forma pouco legítima de conferir poderes que são da nossa [da Câmara] competência” e só é celebrada para se “arranjar dinheiro para pagar os vencimentos dos trabalhadores” da empresa municipal.
Já Belmiro da Fonte (PSD) pôs em causa o contrato da cedência de exploração que afirma que a “análise económico-financeira concluiu ser proveitoso para o interesse municipal”. “Duvido que o estudo exista até porque se este contrato é bom é para a NQ e não para a Câmara”, acrescentou.
Em resposta, Walter Chicharro considerou que a proposta é “um ato de gestão” que pretende dar condições de solvabilidade à NQ. O presidente da Câmara recusou, ainda, as críticas de Belmiro Fonte, ao afirmar que “a NQ está no universo da Câmara da Nazaré”, referindo que o contrato é “bom para ambas as partes”.
A discussão política alongou-se e extravasou o contrato, centrando-se também na viabilidade da NQ e no processo de despedimento coletivo dos 15 trabalhadores da empresa municipal.
O vereador do GCICN notou que se a “empresa não tem subsistência”, também “não tem razão de existir”. Face a esta posição, Walter Chicharro afirmou que é “preciso ter lata” para falar na extinção da empresa “quando o vereador António Trindade votou favoravelmente a transferência de trabalhadores da Câmara para a NQ”.
O vereador do PSD voltou a abordar o tema dos 15 trabalhadores da NQ que aguardam a reintegração quando se discutiu a possibilidade de a Câmara vir a ter fiscais municipais: “não temos ninguém formado na área e os 15 trabalhadores poderiam dar muito jeito”. O social-democrata questionou, ainda, se a empresa municipal teria “verbas para indemnizar ou reintegrar os 15 trabalhadores despedidos coletivamente”.
O presidente da Câmara confirmou que a criação de uma força municipal de fiscalização do trânsito é “um caminho” que está a ser seguido. O autarca não fez comentários em relação à questão de Belmiro Fonte por se tratar de “futurologia”.