Inaugurado em junho do ano passado, o Centro Médico de Diálise da Benedita, instalado na Policlínica da vila, continua a aguardar a convenção com o Estado para servir cerca de 150 doentes com insuficência renal crónica nos concelhos de Alcobaça, Caldas da Rainha e Rio Maior.
Inaugurado em junho do ano passado, o Centro Médico de Diálise da Benedita, instalado na Policlínica da vila, continua a aguardar a convenção com o Estado para servir cerca de 150 doentes com insuficência renal crónica nos concelhos de Alcobaça, Caldas da Rainha e Rio Maior.
Devido ao arrastar do processo, foi criado um movimento popular que apela à atribuição da convenção pelo Serviço Nacional de Saúde à unidade do Grupo H Saúde, já depois de ter sido entregue no Parlamento uma petição com milhares de assinaturas exigindo a abertura daquele equipamento.
“Temos as máquinas ligadas e não podemos tratar as pessoas”, lamenta António José Henriques, administrador do Grupo H Saúde, proprietário da Policlínica, que conta com o apoio de utentes e familiares e também do anterior presidente da Junta da Benedita, João Raul, que considera que “não faz sentido que o Centro de Diálise não tenha aberto, quase um ano depois da inauguração”.
Maria de Lurdes Pedro, que sucedeu a João Raul na Junta, apela “a quem é responsável pelo entrave desta situação” para que “resolva o problema”. A autarca diz que está em causa “o bem estar das pessoas” e que seria possível minimizar o “sofrimento brutal destas pessoas”, caso a unidade de saúde entrasse em funcionamento.
António José Henriques sublinha que o investimento feito pretende “servir a população”. “É inacreditável que este centro esteja fechado. O nosso espírito não é comercial”, assegura o responsável, salientando que o Estado poderá poupar “milhares de euros em transporte de doentes” e “melhorar a qualidade de vida destas pessoas”.
Natalino Silva é um dos inconformados com o impasse. Residente nos Candeeiros, a 5 minutos da Policlínica, viu-se obrigado durante anos a levar a mulher, entretanto falecida, a tratar-s nos Parceiros. “O nosso país é um país do faz de conta”, lamenta o cuidador.
Odete Gabriel é outra queixosa. Podia fazer o tratamento de que necessita três vezes por semana perto de casa, mas tem de deslocar-se de táxi. Os custos de transporte, de cerca de 1.100 euros/mês, são suportados pela ADSE, mas nem isso acalma a habitante dos Candeeiros.
Maria Teresa Silva cuida da mãe, Emília, desde que há quatro anos houve necessidade de a habitante do Bairro da Figueira passar a fazer hemodiálise. “Ela faz tratamento nos Parceiros e tenho de a arranjar uma hora antes. Vêm buscá-la às 10 horas da manhã e regressa às 19”, frisa.
O caso mais paradigmático é o de Natalino Ferreira, que é vizinho da Policlínica. Mora a 10 metros do centro de diálise, mas tem de deslocar-se na ambulância. “Fico muito cansado e tenho isto ao pé de casa”, lamenta.