Com apenas 17 anos, João Santos alcançou o 1.º lugar, na categoria de instrumentos de sopro, no concurso internacional “Prémio Ilda Moura”. A paixão pela música é “de família” e é na música que o jovem se sente concretizado.
Com apenas seis anos iniciou os estudos musicais de saxofone. Aos 17 anos alcançou o 1.º lugar, na categoria de instrumentos de sopro, no concurso internacional “Prémio Ilda Moura”. A paixão pela música é “de família” e, embora tenha pensado seguir carreira como cientista, é na música que João Santos se sente concretizado.
“Não sei o que me cativou no saxofone, mas lembro-me de pegar nele e ficar logo interessado pelo instrumento”, revela o jovem músico de Alcobaça, que começou o percurso musical na Orquestra Ligeira e Juvenil do Bárrio, onde o pai, Ricardo Santos, é maestro. “Se me perguntarem o que tem de especial o saxofone diria que é a forma como é tocado, a melodia que produz é totalmente diferente dos outros instrumentos e é o que o torna único”, confessa ao REGIÃO DE CISTER. Filho de um maestro e de uma professora de música, o jovem revela que a música sempre fez parte da sua vida. “Além dos meus pais, também tenho tios e primos em carreiras musicais, pelo que costumo dizer que a música faz parte de mim”, graceja.
A frequentar o 12.º ano na Escola Profissional de Música de Espinho, a ideia de participar na competição internacional partiu do professor Fernando Ramos. “Ele insistiu para que participasse no concurso, mas não estava muito confiante”, recorda. “Foi um grande apoio na preparação para o concurso, estando sempre disposto a trabalhar na minha confiança enquanto músico e a aperfeiçoar a minha prestação”, acrescenta. João Santos lembra a sala cheia de jovens músicos e a ansiedade que o assoberbou no dia da prova. “Estavam todos a tocar de forma impecável e fiquei um pouco receoso. Mas pensei: vou fazer o meu melhor e seja o que Deus quiser”, conta.
A atribuição do galardão foi uma surpresa para o músico, mas não para familiares e amigos. Segundo o alcobacense, “para um músico é sempre importante ser galardoado de forma individual, uma vez que reforça a confiança e reconhece o esforço diário”, contudo, este deve ser “relativizado”. Até porque, esta não é a primeira vez que o jovem alcança o 1.º lugar numa competição. Em 2012 e em 2016 foi o grande vencedor do “Concurso Pequenos Grandes Talentos”, promovido pela Academia de Música de Alcobaça.
João Santos assegura que conciliar as responsabilidades “profissionais” e a vida social consegue ser desafiante e requer muita disciplina. “Os meus fins-de-semana são, por norma, preenchidos com concertos o que faz com que não tenha muita disponibilidade para estar com os meus amigos nesses dias”. Contudo, “há sempre tempo para tudo” e os amigos, conscientes da dedicação necessária para a “profissão”, apoiam a 100%. “Fora dos ensaios e das responsabilidades, sou um jovem como outro qualquer. Nos meus tempos livres gosto de ouvir Incubus ou Nirvana, o que surpreende muita gente”, confessa o ex-aluno da Academia de Música de Alcobaça.
O próximo passo é ingressar no ensino superior e prosseguir os estudos. “Agora é pensar em entrar na universidade e posteriormente quero fazer um mestrado e um doutoramento, tudo na área da música”, revela. O sonho do jovem é construir carreira como concertista, não eliminando a vertente educativa ou de maestro. “Sei que a carreira de músico é muito desafiante e que somos avaliados num momento isolado, quer estejamos muito bem ou muito mal a nível pessoal. É preciso dedicação e muito estudo, mas tenho a certeza que isto é o que quero fazer para a vida”, conclui. Até lá, vai fazendo currículo, também com prémios.