A praça em frente ao Centro de Emprego de Alcobaça, na Rua 16 de Outubro, entrou na lista das mais poéticas da cidade. O soneto “Cravos”, escrito pela poetisa alcobacense Virgínia Vitorino, foi a inspiração para o painel instalado na lateral de um dos prédios da rua, constituído por 630 azulejos e desenvolvido ao longo de um ano por um grupo de utentes do Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça (Ceeria) e pela ceramista Paula Teresa.
A praça em frente ao Centro de Emprego de Alcobaça, na Rua 16 de Outubro, entrou na lista das mais poéticas da cidade. O soneto “Cravos”, escrito pela poetisa alcobacense Virgínia Vitorino, foi a inspiração para o painel instalado na lateral de um dos prédios da rua, constituído por 630 azulejos e desenvolvido ao longo de um ano por um grupo de utentes do Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça (Ceeria) e pela ceramista Paula Teresa.
A inauguração do mural evocativo dos 50 anos da morte de Virgínia Victorino, que decorreu no passado dia 12, serviu também para desafiar o poder local a “realizar mais homenagens na cidade a uma das personagens femininas mais importantes de Alcobaça”.
“Nos grandes projetos há quem tenha a ideia, quem arranje forma de avançar e quem a concretize”, fez notar a presidente da União das Freguesias de Alcobaça e Vestiaria (UFAV), na cerimónia, sublinhando o “orgulho” em colaborar com as demais entidades na concretização de um “projeto que não só irá embelezar a cidade como recordará uma mulher de tamanha importância para Alcobaça, para a poesia e para todos os portugueses”.
Jorge Pereira de Sampaio, responsável pelo Museu de Cerâmica de Alcobaça – Coleção Pereira de Sampaio, entidade parceira na organização da iniciativa, recordou a “vitória” de Virgínia Vitorino através da poesia numa época “em que a mulher era silenciada, sem direito ao voto”. “Esta mulher deve e tem de ser recordada todos os dias. Por isso lanço aqui o desafio ao poder local, aos alcobacenses e até ao Ceeria de criar mais momentos de homenagem a Virgínia. Quer através de painéis, para embelezar a cidade, quer através de colóquios. Acredito que nunca será demais recordar quem tanto merece”, sublinhou o alcobacense.
Já o presidente do Ceeria não escondeu o orgulho nos “artistas” que “ajudaram a levar o Ceeria para a comunidade, a abrir mentalidades e a demonstrar que pessoas com deficiência são capazes de criar arte”. “Este é também um momento de reconhecimento para um artista que muitas vezes não tem o devido reconhecimento”, notou José Belo, referindo-se a José Luís Borda.
O painel foi criado por dez utentes do Ceeria, no âmbito das atividades ocupacionais das oficinas de expressão plástica, em colaboração com a ceramista Paula Teresa e José Luís Borda. A iniciativa está inserida no âmbito das comemorações dos 50 anos da morte de Virgínia Vitorino, tuteladas pela ADEPA.