Vem de uma família que é proprietária de uma das maiores empresas da região ligadas aos motores (Benimoto), mas não fica conformada com o lado de fora da pista. Sara Ferreira venceu, na categoria SSV (side-by-side) o Baja TT, este mês de setembro, em Idanha-a-Nova, e tornou-se na primeira mulher da região a competir num rali todo-o-terreno. Uma estreia que vai, certamente, recordar.
Vem de uma família que é proprietária de uma das maiores empresas da região ligadas aos motores (Benimoto), mas não fica conformada com o lado de fora da pista. Sara Ferreira venceu, na categoria SSV (side-by-side) o Baja TT, este mês de setembro, em Idanha-a-Nova, e tornou-se na primeira mulher da região a competir num rali todo-o-terreno. Uma estreia que vai, certamente, recordar.
O gosto pela condução começou logo aos 3 anos, quando lhe ofereceram a primeira moto-4, uma Suzuki, com a qual chegava a passear “por alguns troços de estradas”, recordou ao REGIÃO DE CISTER, a piloto, de 33 anos, que é licenciada em Relações Públicas, Marketing e Publicidade, num curso que a própria tinha escolhido para ajudar no “negócio de família”.
Mas como as motos de estrada não eram a prioridade, dedicou-se às motos de todo-o-terreno. “Nunca pensei entrar em competição, mas já fazia vários passeios”, ressalvou, recordando algumas travessias que realizou de norte a sul do país.
De veículos de duas rodas passou para os buggy. “Há cinco anos, quando se começou a ouvir falar deste tipo de veículos, o meu pai começou a comercializá-los e começámos a patrocinar alguns pilotos no campeonato nacional de todo-o-terreno”, afirmou a beneditense, que trabalha no negócio da família e que se dedica maioritariamente à ajuda no backoffice. “Como sempre estive envolvida nas provas, surgiu a oportunidade de participar numa e não recusei, até porque sempre tive vontade de o fazer”, contou, relembrando um pequeno acidente que teve a poucos dias da primeira prova. “Nem por isso perdi a vontade de competir”, frisou, acrescentando que a “adrenalina” que sentia numa moto era tão espetacular que também quis experimentar num SSV. “Queria sentir a emoção de estar dentro de um carro de corrida”, explicou Sara Ferreira.
E ser mulher no meio de homens é visto com bons olhos entre os aficionados da modalidade? “Quando percebi que tinha completado a prova em Idanha-a-Nova, e que a tinha vencido na classe senhoras, senti uma alegria enorme por parte de toda a minha equipa e esse momento vai ficar guardado para sempre”, relembra.
Apesar de naquela prova ter competido no escalão com apenas uma adversária, há… homens que já temem a condutora. “Houve quem me dissesse que não podia ficar atrás de nós”, brinca Sara Ferreira, contando, no entanto, que as palavras foram ditas em tom de brincadeira e que sentiu naqueles gestos “muito carinho” por parte dos outros pilotos. “Fui muito bem acolhida por todos os participantes”, destacou, relembrando a importância de ter ao lado a navegadora Susana Anastácio, que convidou a uma semana da estreia, e que é uma ajuda muito importante para a competição. “É a navegadora que me alerta dos perigos da pista, onde estão as curvas mais fechadas e as lombas, por exemplo…”
Após uma estreia que certamente não vai esquecer, Sara Ferreira lançou o repto a novos horizontes. A beneditense vai participar na prova Baja 500 Portalegre, entre os próximos dias 24 e 26, e que tem um percurso de mais de 420 quilómetros, divididos em três etapas.
Mas este não é o sonho da piloto da Benedita. O grande objetivo é mesmo correr no Rali de Marrocos e no “topo dos topos” realizar o Rali dos Sertões, no Brasil. Por que não sonhar?