O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão, José Monteiro de Castro, foi destituído do cargo, com uma votação expressiva na assembleia-geral extraordinária realizada no dia 28 de agosto. A exoneração de um provedor, inédita na história da instituição, levou ainda à necessidade da realização de eleições parciais na Mesa Administrativa, na sequência da demissão de vários elementos na reunião plenária.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão, José Monteiro de Castro, foi destituído do cargo, com uma votação expressiva na assembleia-geral extraordinária realizada no dia 28 de agosto. A exoneração de um provedor, inédita na história da instituição, levou ainda à necessidade da realização de eleições parciais na Mesa Administrativa, na sequência da demissão de vários elementos na reunião plenária.
Segundo o presidente da Mesa da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão, o provedor foi destituído por vontade da “grande maioria” dos irmãos presentes na assembleia. João Vizoso revela ao REGIÃO DE CISTER que a decisão foi debatida no seio da instituição “como estabelece o compromisso da Irmandade”. “Os problemas devem ser resolvidos no seio da Misericórdia e assim foi feito. A assembleia-geral resultou na destituição do provedor e de alguns demissionários. Deste modo, seguem-se as eleições parciais para eleger novos membros e um novo provedor”, confirma o presidente da Mesa da Assembleia Geral.
As eleições estão, assim, agendadas para o próximo dia 26, sendo que as listas devem ser apresentadas até ao próximo dia 11. “O importante é garantir a sustentabilidade da Misericórdia e um futuro promissor. O ‘lavar roupa suja’ em público não faz parte das crenças desta associação e, por isso, a destituição do provedor não deverá ser tema de escrutínio público”, esclarece João Vizoso.
Sem ainda ter prestado declarações depois da reunião, José Luís Monteiro de Castro havia já manifestado a intenção de impugnar as decisões tomadas na reunião, uma vez que acredita que a ordem de trabalhos “viola o compromisso da instituição”. “A Assembleia Geral não poderá destituir o provedor sem que antes sejam apurados os resultados dum inquérito, na sequência da eventual instauração de um processo disciplinar”, assegurou José Luís Castro em nota enviada ao REGIÃO DE CISTER no passado dia 22 de agosto, dias antes da reunião da assembleia-geral.
José Luís Castro, reeleito no ano transato para um novo mandato de quatro anos, assumiu as funções de provedor em Alfeizerão há duas décadas. No entanto, as demissões e as tensões internas têm sido recorrentes. Em 2016, saíram seis elementos da Mesa Administrativa, três da Assembleia Geral e cinco do Conselho Fiscal. As demissões foram apresentadas à então presidente da Assembleia Geral, que acabou também por se demitir. Assim, a Misericórdia de Alfeizerão chegou a ter em funções apenas sete dos 22 elementos eleitos para os órgãos sociais. O desacordo com as atitudes e atos de gestão do provedor foi tal que as queixas dos demissionários chegaram à União das Misericórdias, ao bispo e ao patriarcado. À semelhança do que aconteceu agora, José Luís Castro refutou todas as acusações à data.