A situação epidemiológica foi o mote para a criação do Monge dos Recados, um serviço a funcionar desde o dia 15 de novembro a partir da cidade de Alcobaça, mas com área de atuação em todo o município e no concelho da Nazaré.
A situação epidemiológica foi o mote para a criação do Monge dos Recados, um serviço a funcionar desde o dia 15 de novembro a partir da cidade de Alcobaça, mas com área de atuação em todo o município e no concelho da Nazaré.
António Laureano e Jack Jacinto, ambos de 44 anos e naturais de Alcobaça, são os motores do projeto, que faz serviço de entregas ao domicílio de bens tão variados como compras de supermercado, de farmácia, refeições de restaurantes, exames médicos, consultas ou encomendas de grandes e distantes superfícies como o IKEA. Ainda são apenas dois a trabalhar nas entregas, apoiados por duas viaturas, mas a ideia é crescer e aumentar a equipa.
“Com a situação em que nos encontramos, pequenas deslocações para a realização das mais variadas tarefas tornaram-se um desafio para muitos”, explica António Laureano, que, em parceria com Jack Jacinto, procurou dar resposta às necessidades da população, sobretudo dos grupos de risco. “Vivemos momentos que obrigam a uma verdadeira adaptação e nova abordagem do nosso dia-a-dia”, reforça Jack Jacinto.
O Monge dos Recados trabalha para o cliente final, quando é requisitado para entregar qualquer compra, mas também presta serviço aos fornecedores, que podem agendar recolha e entrega dos bens ao consumidor final. Apesar de a área de abrangência ser a dos municípios de Alcobaça e Nazaré, o Monge dos Recados também pode fazer deslocações para fora destes territórios e o preço é calculado em função da distância. Há um preço fixo para entregas no raio de três quilómetros a partir do centro da cidade de Alcobaça. O custo das distâncias superiores é calculado ao quilómetro.
Apesar de a experiência ser muito recente, já dá para perceber o que as pessoas mais procuram. “Os principais serviços solicitados são a compra de bens essenciais, a entrega de refeições de restaurantes e a recolha de encomendas”, constata António Laureano.
A aceitação da população não podia ser melhor, refere Jack Jacinto, que se diz “surpreendido pelo reconhecimento e confiança” que têm encontrado, “independentemente da faixa etária”. “Pensamos que este projeto é uma iniciativa desejada e esperada pela população”, acredita.
O agravamento do quadro epidemiológico poderá significar mais trabalho para o Monge dos Recados. “É provável que tal aconteça devido à estreita ligação que existe entre o aumento da necessidade associada a medidas mais restritivas e o serviço que oferecemos”, constata António Laureano.
Apesar de se tratar de um projeto “filho” da pandemia, os sócios creem que é um serviço que veio para ficar. “A necessidade de utilizar este tipo de serviços sempre existiu. Se, por um lado, a situação atual permitiu uma maior procura, por outro permitiu abrir um novo conceito que dificilmente desaparecerá”, analisa Jack Jacinto, para quem “a população e as empresas podem agora ter uma maior perceção da vantagem de existirem serviços deste género”, independentemente de haver ou não situações epidemiológicas.