Adaptar o programa curricular ao ensino à distância foi um dos grandes desafios para as escolas. No entanto, nem só de leituras, equações e testes se faz a formação dos jovens e as atividades extracurriculares têm um peso cada vez maior na formação cívica e intelectual dos estudantes.
Adaptar o programa curricular ao ensino à distância foi um dos grandes desafios para as escolas. No entanto, nem só de leituras, equações e testes se faz a formação dos jovens e as atividades extracurriculares têm um peso cada vez maior na formação cívica e intelectual dos estudantes.
É, por isso, que as escolas se têm empenhado em adaptar clubes e formações às plataformas digitais.
“O primeiro confinamento obrigou a adaptar o ensino, mas focou-se apenas no plano curricular. O desafio já era grande, é certo, mas sempre participei em atividades extracurriculares e gosto do equilíbrio que elas dão à rotina dos estudantes”, conta Rita Rola.
A alcobacense, apaixonada por ciências e literatura, confessa ter sentido falta dos clubes e atividades no último ano de ensino secundário. “São atividades que dificilmente faremos na universidade. As atividades extracurriculares são a prova de que a formação não passa apenas pelas salas de aula e powerpoints”, nota.
A pertinência destas atividades de caractér não obrigatório é reconhecido pelo Instituto Educativo do Juncal (IEJ), que tem investido em atividades diversas através das plataformas digitais.
“Mantemos tudo o que é possível, a culinária, as artes, a programação, as oficinas de língua estrangeira, o teatro, o núcleo de ciências, o coaching, o mindfulness e as atividades de condição física, para que os alunos se mantenham em forma até ao regresso aos treinos e às competições de desporto escolar”, revela a diretora pedagógica do IEJ.
“A preparação foi feita ainda em julho, depois de alguma experiência resultante de um período letivo totalmente à distância e já com o plano de atividades para 2020-21”, acrescenta Tânia Galeão, sublinhando que foram analisados diferentes cenários.
Deste modo, as aulas de culinária, de pintura, de teatro e conferências continuam a fazer parte da rotina dos alunos, assim como as sessões com “convidados especiais”, como Delvis Santos, Carlos Martins e Sónia Gonçalves que pretendem ajudar os alunos a conhecer a realidade profissional.
“O online facilita estas partilhas. Muitas vezes a distância ou a agenda dos convidados impedia um ou outro encontro o que, deste modo, deixa de ser um fator impeditivo para ambas as partes”, analisa a diretora pedagógica.
O feedback dos alunos e respetivos encarregados de educação tem sido “gratificante”. E se há aspetos positivos a retirar do ensino à distância, o aumento do envolvimento dos pais nas atividades escolares das crianças é um deles. Ao ponto de no IEJ as famílias aceitaram o desafio de participar em algumas atividades.
“Com o primeiro ensino à distância todos tivemos oportunidade de experimentar, acertar, errar e, depois de refletir sobre tudo isso, ajustar”, conclui.