É o local mais central da vila e um dos espaços comerciais que mais vezes mudou de mãos em Pataias ao longo dos cerca de 30 anos de história.
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O Quiosque de Pataias, a sul da Praça Comendador Joaquim Matias, é gerido por Virgínia Santos e Armando Matos há oito anos, mas a história do espaço é bem anterior.
A primeira licença de que há memória nos arquivos da Câmara de Alcobaça data de 1998, mas o quiosque já trabalhava, ainda que de forma irregular ou sem licenciamento municipal, antes dessa data.
Dados recolhidos junto de populares pelo REGIÃO DE CISTER indicam que o Quiosque é posterior ao primeiro ajardinamento que ocorreu na Praça, em 1981, e que foi ali colocado pela empresa que explorava, à data, as bombas de abastecimento de combustível. A mesma firma foi ainda responsável pela edificação dos sanitários públicos, que serão substituídos no âmbito da obra de requalificação que ainda decorre no largo central de Pataias.
Antes de Virgínia e Armando assumirem o Quiosque, o espaço comercial era explorado por um antigo militar da GNR e a sua mulher, que sempre garantiram um ambiente pacífico na esplanada onde se serve “o melhor café de Pataias” e “o martini mais barato”, como faz questão de sublinhar Virgínia Santos.
Em 2014, quando ficou com o negócio com o marido, estava no desemprego há cerca de cinco anos. Armando, antigo porteiro de bares em Lisboa e com 21 anos como voluntário nos Bombeiros de Pataias, estava de baixa quando o anterior proprietário o desafiou. Tudo se alinhou para a nova aventura do casal, apesar de Virgínia, que não era frequentadora do espaço, garantir que “nunca” lhe “passava pela cabeça” ficar com um café, logo ela que tinha desde criança o sonho de ter uma loja de roupa para crianças ou uma florista. “Descobri a vocação que não sabia que tinha”, conta, animada.
O tratamento é por “tu” com a maior parte da clientela, fiéis frequentadores, de todas as idades, que sentem os efeitos da obra, ainda por terminar, de requalificação do jardim. O piso irregular junto ao Quiosque, enquanto é concluído o coreto e construídas novas casas de banho públicas, não permite ter cadeiras e mesas niveladas. O resultado é a falta de condições para os jogos de cartas que só as restrições da pandemia tinham interrompido. “Antes jogávamos às cartas, mas agora vamos para o café do Parque de Campismo das Paredes e não faz sentido nenhum”, lamenta Cipriano Santos, cliente regular do Quiosque, que elege “pelo café”, mas, “sobretudo, porque são muito atenciosos”.
A centralidade do espaço e a vista ampla fazem do único Quiosque da vila local de excelência para ver o que se passa e quem passa desde as primeiras horas da manhã, quando pelas 7 horas abre o espaço. “Vemos as festas, os funerais, casamentos e batizados”, brinca Armando Matos, que não tem dúvidas de que “Pataias está muito melhor depois da requalificação da avenida”.
A esplanada é mesmo a “pedra no sapato” do casal, que ficou sem o equipamento há três anos e aguarda novidades por parte da Câmara, já que o terreno onde está instalado o equipamento amovível é propriedade municipal. .