Quarta-feira, Novembro 27, 2024
Quarta-feira, Novembro 27, 2024

Esta região (ainda) é para velhos

Data:

Partilhar artigo:

A população da região de Cister está ainda mais envelhecida: os resultados dos Censos 2021 retratam um aumento da população idosa nos concelhos de Alcobaça, Nazaré e Porto de Mós. Segundo o Instituto Nacional da Estatística, os idosos representam cerca de um quarto de toda a população residente.

Segundo os Censos de 2021, Alcobaça tem mais 2.561 habitantes com 65 anos e mais do que em 2011, uma variação de 21,9%. No concelho, contabilizam-se 14.266 idosos. Olhando para a faixa etária dos 0 aos 14 anos, em Alcobaça há também menos crianças (1.035).

Na Nazaré, contabilizam-se mais 850 habitantes com 65 anos do que em 2011, uma variação de 27,8%. Há 3.053 pessoas com mais de 65 anos a viver neste concelho. Registam-se igualmente menos crianças (242), dos 0 aos 14 anos.

Região de Cister - Assine já!

O mesmo cenário em Porto de Mós: o município tem mais 734 habitantes com 65 anos em relação a 2011, uma variação de 14,5%. São agora 5.794 idosos naquele território e 2.876 crianças. Há também menos crianças (782), dos 0 aos 14 anos, em relação a 2011.

Perante os resultados dos Censos, que vêm carimbar a mudança na demografia do país, e a propósito do Dia Mundial da Terceira Idade, que se celebra amanhã, olhemos para a necessidade de criar mais e melhores respostas sociais para os idosos. Até porque, o envelhecimento da população é um dos maiores desafios para a sociedade atual, que terá de se adaptar de modo a maximizar a capacidade funcional e a saúde dos mais velhos, assim como a sua participação e integração social.

Com a quebra de nascimentos dos últimos anos, a dependência dos fluxos migratórios para equilibrar a população ativa e o aumento da esperança de vida nas últimas décadas, os números não são surpreendentes. A estimativa é de que a população portuguesa fique pela primeira vez abaixo dos 10 milhões de habitantes em 2042, o que a este ritmo poderá acontecer ainda mais cedo. Além disso, a diminuição da população jovem é a que mais parece galopar sobre aquilo que eram as projeções.

À margem da visita da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social às novas instalações do lar da Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão, na passada terça-feira, Ana Mendes Godinho reforçou ao REGIÃO DE CISTER a mensagem de que “a tendência demográfica tem de ser uma prioridade de todos nós”. “Por um lado é preciso garantir condições de sociedade para fixar os jovens em Portugal, mas também é necessário criar novas respostas para o envelhecimento“, argumentou a governante.

Para isso, o Governo lançou avisos no âmbito PRR para investimento social para respostas para o envelhecimento. “Temos 600 milhões de projetos aprovados em todo o País para respostas sociais, para 37 mil pessoas, e estamos a lançar neste momento avisos dedicados a respostas novas para o envelhecimento”, adiantou a ministra. No fundo, diz Ana Mendes Godinho, estão a ser “estimuladas novas respostas, que promovam a autonomia, a independência, com serviços partilhados e que permitam que a pessoa mantenha a sua autonomia, mas tenha a capacidade de não estar isolada, também colocando as tecnologias de informação ao serviço das respostas sociais”.

Nos anos 60 do século passado, a esperança média de vida para as mulheres era de 66 anos e para os homens 60. Agora, aos 65 anos, as mulheres podem esperar viver mais 20 anos e os homens mais 17, com o aumento da esperança média de vida para 80 anos, segundo dados de 2012. Estes dados também ajudam a explicar a tendência da evolução demográfica.

Outro dado a reter é que das pessoas entre os 55 e os 64 anos, apenas metade estão empregados, enquanto a maioria dos pensionistas de velhice da Segurança Social (77,9%) recebe pensões inferiores ao salário mínimo nacional. Com este acentuado envelhecimento das sociedades, as respostas sociais terão de ser novas.

Segundo a última edição da Operação “Censos Sénior”, que visa garantir um conjunto de ações de patrulhamento e de sensibilização à população mais idosa, que vive sozinha, isolada, ou sozinha e isolada, através da atualização dos registos das edições anteriores, a GNR sinalizou 44.484 idosos que vivem sozinhos e/ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade, em razão da sua condição física, psicológica, ou outra que possa colocar em causa a sua segurança. No distrito de Leiria, eram 1.203.

Os municípios tendem a dar cada vez mais atenção a questões como o envelhecimento ativo, a independência física, económica e social dos mais velhos, mas para quem procura uma vaga num lar de idosos na região, a lista de espera é uma certeza. Os responsáveis das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e das misericórdias pedem, por isso, um olhar mais atento para os “nossos” velhos.

AD Footer

Os senhores da guerra

Artigos Relacionados

Os senhores da guerra

Quem são eles? Somos todos nós. Quem no café, disparata sobre russos e ucranianos, israelitas e palestinos, sudaneses, como se...

Melanie Santos lança livro para inspirar gerações futuras

A alcobacense Melanie Santos voltou a “casa”, na quarta-feira da semana passada, para apresentar o livro “Além da...

Continente abre loja Bom Dia na Benedita

A loja Continente Bom Dia abriu, esta quinta-feira, portas na vila da Benedita, na Avenida Padre Inácio Antunes,...

Coleções da Vista Alegre conquistam prémios internacionais de design

A Vista Alegre, que está a celebrar os 200 anos, tem agora mais motivos para celebrar. Sete coleções...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!