Estudos recentes sugerem uma relação clara entre nutrição e saúde mental. Está comprovado que a nutrição pode contribuir para o aparecimento de problemas de saúde física e mental, mas também pode interferir de forma significativa na diminuição da sintomatologia de algumas doenças como a depressão, esquizofrenia, transtorno de défice de atenção e hiperatividade, doença de Alzheimer ou ajustar marcadores inflamatórios em doenças autoimunes e até no autismo. Uma dieta saudável e personalizada pode ajudar não só na prevenção de problemas mentais como contribuir para a recuperação e minimização de efeitos adversos, assim como facilitar a ação da terapia medicamentosa utilizada nos tratamentos. É muito importante o trabalho interdisciplinar no apoio à saúde mental. A sua complexidade e relação com questões biológicas e sociais, mostra que cada vez mais a parceria de vários profissionais de saúde como psicólogos e psiquiatras, e o nutricionista e o Coach de Saúde e Nutrição é necessária. Dado o aumento de distúrbios do comportamento alimentar, que podem ir do simples overeating ao binging eating ou da bulimia, anorexia, vigorexia, até à ostorexia, impõe-se a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o que são as necessidades fisiológicas de alimentação e as psicológicas e sociais. Mas para tal é necessário educar e difundir informação junto das pessoas, em particular junto dos mais jovens.
Também é muito importante referir que os alimentos não são medicamentos no sentido de servirem apenas para nos dar saúde, há uma componente social e cultural na nutrição que deve ser tida em conta e integrada nas necessidades nutricionais de cada um, pois eles também nos trazem “felicidade”. O facto é que os alimentos não substituem a terapia medicamentosa, mas a relação entre a nutrição e a saúde mental é estreita e pode oferecer diferenciais importantes nos processos de tratamento de condições neurológicas e superação de doenças.