Termina, no próximo dia 16 de junho, o prazo de conclusão da obra da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)na arriba do ascensor da Nazaré, que quer prolongar o prazo até setembro, mas a Câmara exige suspensão de obra nas arribas nos meses de verão. O objetivo é garantir o funcionamento daquele icónico transporte entre Praia e Sítio durante a época balnear e de maior afluência à vila.
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O assunto foi debatido na passada segunda-feira em reunião do executivo, que aprovou uma proposta da maioria socialista, que estima em mais de um milhão de euros os prejuízos causados pelos atrasos na intervenção.
“Levou-se muito tempo a encontrar soluções”, disse o presidente da Câmara, que reagiu à intenção da APA em prolongar os trabalhos nos meses de verão. Estava prevista para ontem, já após o fecho desta edição, uma reunião entre Walter Chicharro e a equipa de advogados que faz assessoria ao município, para uma eventual responsabilização daquele organismo do Estado quanto aos prejuízos para a Nazaré.
“Tudo isto tem um impacto tremendo na economia local e nos Serviços Municipalizados, que correm risco de incumprimento de responsabilidades, sem contabilizar o investimento a realizar para assegurar transporte alternativo”, esclareceu o vereador Orlando Rodrigues, que citou a APA para dizer que “previsivelmente fecham a obra no final de setembro” e “já sabemos o que isso pode significar”.
Os atrasos na realização da obra surgiram depois de efetuada a desmatação da arriba junto à linha do ascensor, que colocou a descoberto “condições de instabilidade”, já que “os perfis transversais do projeto não correspondem à realidade do talude do ascensor”, o que, segundo a proposta, obrigou a alterações ao projeto que levaram a APA a informar a autarquia que a paragem daquele meio de transporte teria que ser prolongada por mais 99 dias, ou seja, até ao dia 21 de setembro.
É fundamental para a Câmara retomar o normal funcionamento do ascensor, “de forma a garantir os fluxos de visitantes e a mobilidade urbana”, sublinhou Walter Chicharro.
As preocupações da CDU foram quanto à segurança. “Tem o executivo forma de confirmar se reativação tem garantidas todas as condições de segurança?”, questionou o vereador João Paulo Delgado. Walter Chicharro foi claro ao afirmar que “a segurança é uma premissa para o funcionamento do ascensor em todos os momentos e nada será feito sem a garantia da segurança”, sendo que a Câmara aguarda a resposta da APA quanto à luta do município pelo regresso do ascensor. “A APA tem de garantir o funcionamento do ascensor em segurança nos próximos três meses e a CDU ou entra nesta luta ou não entra”, exclamou o presidente da Câmara, rejeitando o pedido de João Delgado para retirada do ponto da ordem de trabalhos até estarem reunidas as garantias por parte da APA.
A proposta foi aprovada com os votos favoráveis do PS e do PSD e o voto contra do vereador da CDU, que reforçou que o pedido de suspensão da obra só deveria ser aprovado se fosse apresentada, por parte da APA, “uma certificação de que estavam reunidas as condições de segurança para o transporte” de passageiros.