Nunca se viu nada assim em Portugal e não há registo de dimensão superior em toda a Europa. Falamos do torneio de pool português do Grupo Desportivo e Cultural dos Candeeiros, sediado na freguesia da Benedita, que vai realizar-se entre os próximos dias 7 e 9 de julho, por ocasião das festas anuais dos Candeeiros.
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Mas, este ano, o torneio vai atingir dimensões absolutamente estratosféricas. Ao ponto de ser rotulado como um dos maiores da Europa. Porque contará com a participação de 256 jogadores e de 32 equipas. Será, sem sombra de dúvida, um evento ímpar. E cujo lema até poderia perfeitamente ser: “Todos os caminhos vão dar aos Candeeiros”.
Os jogadores que irão participar no certame são oriundos de vários pontos do País. E até da Madeira haverá representantes. No fundo, a ‘nata’ do pool português estará na freguesia da Benedita no referido fim de semana.
Mas o que é, afinal, a modalidade denominada de pool português? Muito simples, caro leitor: é aquilo a que tradicionalmente chamamos de ‘snooker’. Expressão que é utilizada de forma popular, mas que, em bom rigor, refere-se a outra modalidade praticada numa mesa similar e que é oficialmente designada de pool americano.
O pool português, vertente em franca expansão em Portugal nos últimos anos, consiste num jogo onde se defrontam dois jogadores (em competição individual ou por equipas), numa mesa onde são colocadas (em forma de triângulo) sete bolas de duas séries diferentes (designadas como ‘pequenas’ e ‘grandes’ ou também como ‘lisas’ e ‘listadas’) e ainda a bola preta (número 8). Cada jogador, na(s) sua(s) vez(es) em que é chamado a tacar, tem de jogar sempre às bolas da sua série (que é automaticamente fixada depois de o próprio embolsar uma bola dessa mesma série). Depois de conseguir meter todas as sete bolas da sua série (as ‘pequenas’ são numeradas da 1 à 7 e as ‘grandes’ da 9 à 15), o atleta tem de embolsar também a bola preta (8). Quando isso acontecer, está encontrado o vencedor.
Há, claro está, um cardápio de regras devidamente homologadas pela Federação Portuguesa de Bilhar e que os jogadores têm de cumprir durante cada duelo. Sendo que, a cada infração cometida, o adversário terá direito a colocar a bola branca onde quiser (a chamada regra da ‘bola na mão’) e tacar a partir desse ponto. Outra das regras básicas prende-se com a bola preta (8): caso algum jogador a embolse antes de terminar as bolas da sua série (ou se a colocar num buraco diferente daquele que, antecipadamente, tem de anunciar), então perde automaticamente a partida que está a ser disputada.
Serve esta breve exposição – existem muitas mais regras, naturalmente – para dar conta dos moldes em que também serão disputados os jogos no torneio dos Candeeiros.
Num espaço amplo e com condições de excelência para a prática da modalidade, o evento vai ser realizado em 20 mesas, onde os jogadores vão realizar as suas partidas (através de sorteio já efetuado) para tentarem chegar o mais longe possível.
E entre tantos ‘craques’ do pool português, o difícil será mesmo prever quem chegará à fase final e aos… prémios. Sim, porque o torneio também é extremamente apelativo a esse respeito. Se cada jogador tem de desembolsar 35 euros para concretizar a sua inscrição, também não é menos verdade que os primeiros 64 chegarão aos (tão desejados) lugares premiados. E se lhe dissermos que os dois finalistas irão levar para casa 1.300 e 800 euros, respetivamente, então talvez já consiga ter uma dimensão do quão é atrativo, também no capítulo financeiro, o torneio dos Candeeiros para todos os participantes.
Mas o certame não envolve apenas competição individual. Terá também competição coletiva. Neste caso, por equipas. E também aqui o evento prima pela excelência: 32 equipas participantes, mais uma marca que eleva os Candeeiros para patamares de referência a nível europeu.
As inscrições têm um custo de 120 euros por equipa (que pode ser composta por 3, 4 ou 5 jogadores, sendo que apenas três podem competir durante um jogo e, naturalmente, em mesas separadas). Mas os valores dos prémios não são menos atraentes: 1.100 euros para os vencedores e 700 euros para a equipa que sair derrotada na grande final.
Contas feitas (literalmente!), estamos na presença de uma iniciativa que já não é ‘brincadeira’ nenhuma. Não só porque congrega os verdadeiros artistas do pool português, mas também porque consegue atingir valores de prémios que não são nada comuns noutros eventos deste género realizados em Portugal.
Apesar de o torneio ser integrado nas festas do Grupo Desportivo e Cultural dos Candeeiros, a verdade é que, e até pela sua dimensão, há uma organização (também ela) de excelência. E o REGIÃO DE CISTER falou, precisamente, com o elemento que está responsável por tratar de tudo o que diga respeito ao torneio. E que não escondeu a sua felicidade pela adesão dos jogadores.
“Naturalmente que é extremamente gratificante constatarmos que quando faltava cerca de um mês para o início do torneio já tínhamos as inscrições completamente esgotadas. E não estamos a falar de um torneio qualquer. Estamos a falar de um evento nunca feito em Portugal e que, como deve calcular, tem agregada uma enorme responsabilidade para que nada falhe. Além, claro está, da logística. Mas, mais uma vez, devo confessar que estamos na presença de um torneio que nos deve orgulhar”, salientou António Louro, que saudou também a recetividade dos jogadores para “poderem realizar jogos a qualquer hora, uma vez que, a partir das 15 horas do dia 7 e até à meia-noite do dia 9, as partidas não vão parar”.