O excesso de algas no Rio Alcoa poderá estar a provocar um desequilíbrio nos ecossistemas. O alerta é feito pela Guardiões do Mar Alcobaça e Nazaré.
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Em comunicado enviado ao REGIÃO DE CISTER, a entidade dá conta da preocupação sobre este facto, explicando o que pode acontecer caso a situação não seja solucionada. “Detetámos no rio Alcoa várias extensões de algas que julgamos ser do tipo (Azolla filiculoides), o aumento que detetámos este ano (2023) acontece normalmente devido à estagnação das águas e possível poluição por fosfatos e nitratos. Em consequência desenvolve-se um acentuado desequilíbrio nos ecossistemas, uma vez que a luz e o oxigénio ficam dessa forma impedidos de penetrar na água”, pode ler-se na nota assinada por António de Lemos, que acrescenta ainda que “o aumento deste tipo de poluição é normalmente causado pelo uso intensivo de fosfatos e nitratos em explorações agrícolas e pecuárias existentes nas imediações”.
“De salientar que estando fechada há mais de dois meses a comporta que se encontra junto à ponte, situada na Rua da Carrasqueira, a água do rio fica muito mais parada, o que potencia uma maior estagnação e consequente acumulação das algas e aumento da poluição”, acentua a exposição, que termina com a solicitação feita “à Câmara de Alcobaça e à Câmara da Nazaré para que providenciem as necessárias diligências para que esta situação seja monitorizada, controlada e debelada”.
Perante o exposto, o REGIÃO DE CISTER pediu uma reação ao vereador do Ambiente da Câmara de Alcobaça, que atribuiu a responsabilidade do caso à Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
“A área do rio Alcoa afetada com esta questão (Regadio da Cela) é da responsabilidade da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, concessionada à Associação de Beneficiários da Cela, entidade que, a par e em estreita cooperação com este Município, tudo têm feito para gerir da melhor forma possível este recurso hídrico”, salientou, a propósito, Paulo Mateus. “Estas entidades têm estado atentas aos focos de contaminação de forma a identificar os problemas existentes e informar a entidade competente que é a Agência Portuguesa do Ambiente. Estas espécies aquáticas, surgem em águas mais paradas como resultado de contaminação orgânica”, acrescenta o autarca.
O REGIÃO DE CISTER contactou também o vereador do Ambiente da Câmara da Nazaré, que afirmou que o caso está a ser acompanhado. “As zonas de rio não são competência das Câmaras da Nazaré e de Alcobaça, a não ser quando são dentro das zonas urbanas”, aponta Orlando Rodrigues, que garante tratar-se de uma responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente e dos confinantes. “Nós, município, temos o dever de acompanhar o processo e até fazemos algumas análises. Pode haver várias justificações para o sucedido, algo que está a ser analisado pelo Gabinete do Ambiente do Município da Nazaré. No entanto, sugeria ao denunciante que reporte a situação à APA”, afirmou o socialista, comentando o eventual desequilíbrio nos ecossistemas.