Não nasceram nem foram criados em Turquel, mas foi ali que se estabeleceram já adultos e é por lá que querem continuar por muitos mais anos. André Pimenta e Diogo Almeida somam, juntos, mais de 400 jogos ao serviço da equipa sénior do HC Turquel. E, se o amor aos Brutos dos Queixos é inexplicável, mais fácil é falar sobre o amor que sentem pela aldeia do hóquei.
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“Assinaria por baixo: viver em Turquel até à minha velhice”, revelava Pimenta, que chegou à aldeia há uma década para representar os turquelenses. Natural da Amadora, o vice-capitão, de 31 anos, foi ficando época após época e, hoje em dia, já não se vê a viver noutro local que não em Turquel. Até pelas ligações familiares, uma vez que a mulher – a ex-craque Gisela Honório – é turquelense de gema e é na freguesia que tem visto crescer as duas filhas.
“Sei que o meu futuro passará por aqui, não tenho a menor dúvida. Em Turquel e no HC Turquel. Seja como jogador, como treinador, como dirigente, como adepto… até ‘aguadeiro’ se for necessário”, evidenciou o lisbonense, que já nutre por Turquel um grande carinho, uma vez que foi ali que viveu os anos mais frutíferos da carreira.
E sobre esse período elencou um momento especialmente marcante: a 17 de abril de 2021, o HC Turquel jogava a permanência no reduto do Valongo. A seis segundos da buzina final, e num momento em que os turquelenses, então liderados por João Simões, venciam por 1-2 (resultado que garantia a continuidade na elite), eis que o árbitro assinalara um penálti para o conjunto nortenho. Nesse momento, emergiu um outro histórico. O guarda-redes Diogo Almeida viu o remate embater no poste e, na recarga, evitou aquele que seria o golo da despromoção ao segundo escalão uma década depois.
“Foi um momento fantástico. Dos melhores que vivi”, sitckou o vice-capitão André ao lado do maior protagonista dessa história. As palavras não deixaram indiferente o ‘keeper’, de 36 anos, que elencou o referido momento como um dos melhores que já viveu durante a estadia na aldeia, que começou em 2018.
Apelando ao sentimento, o hoquista, natural do Porto, reconheceu que em Turquel encontrou a “casa” que conheceu nos primeiros passos na modalidade ao serviço da ACR Gulpilhares. “A forma como vivem esta modalidade é fantástica”, atirou Diogo Almeida, considerando que as gentes de Turquel são “genuínas, puras e humildes”. São, aliás, características que fazem gostar ainda mais de Turquel, além, como disse, da “qualidade de vida” que consegue ter na freguesia, onde tem criado os dois filhos. O pequeno Dinis (na fotografia) já segue as pisadas do pai e quer ser guarda-redes de hóquei em patins.
Se a modalidade levou André Pimenta e Diogo Almeida a conhecerem a aldeia do hóquei, agora cabe-lhes a missão de serem “embaixadores” de Turquel. Dentro da pista, uma vez que ainda são figuras de relevo do plantel treinado pelo catalão Guillem Pérez, assim como fora do rinque. Afinal, já são mesmo “filhos adotados de Turquel”. E com muito orgulho, stickaram.
Colegas dentro e fora do rinque
André Pimenta e Diogo Almeida partilham o balneário do HC Turquel desde 2018, quando o portuense se juntou ao lisbonense. Além disso, os jogadores – com largos anos ao mais alto nível e com passagens por emblemas como o Sporting, o Benfica e a Oliveirense – vestem as mesmas cores na atividade profissional.
André é responsável pelo call center da Benecar, empresa sediada na Benedita e na qual Diogo assume funções no controlo de qualidade. “Tiramos a fotografia com a camisola de jogo que tem o patrocínio da Benecar”, brincava Diogo. “Bem pensado”, completou Pimenta. E assim posaram com a companhia do pequeno Dinis.