Um “ateliê de cerâmica gigante”. É desta forma que a Val do Sol Cerâmicas define a sua filosofia de trabalho. Por ano, a empresa localizada junto à Estrada Nacional 8, na Moitalina (freguesia de Pedreiras), exporta cerca de cinco milhões de peças de cerâmica para vários pontos do globo. E em 2023, o volume de exportações superou os 15 milhões de euros, o que diz bem da capacidade daquela entidade de penetrar em mercados altamente concorrenciais.
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Fundada em 1987, a empresa é o resultado da evolução de uma olaria detida pelos pais do atual presidente do Conselho de Administração, para uma indústria de produção de peças de barro vermelho, tendo sido criada com o intuito de operar no mercado externo. José Eduardo Alves, juntamente com a filha Nídia Alves (CEO da empresa), dá continuidade à atividade presente na família Alves desde 1886 e recorda o início do processo.
“O primeiro cliente da empresa era alemão, depois tivemos um dos Estados Unidos da América e começámos a evoluir”, frisa. Atualmente, são mais de 300 clientes em todos os continentes do mundo. “A maioria dos nossos clientes e consumidores finais são redes de lojas de produtos de casa, importadores e distribuidores”, explica o empresário natural de Moitalina, dando o exemplo de um cliente, em particular, que compra peças e, depois, as consegue colocar em 34 destinos diferentes. Os chamados “representantes” ou “agentes” nos países de destino são imprescindíveis para o sucesso das empresas portuguesas.
Dentro das instalações, a Val do Sol Cerâmicas executa todos os processos, desde a produção da pasta e dos vidrados até ao desenvolvimento das peças e das embalagens, o que permite “garantir maior exclusividade no trabalho final que é apresentado ao cliente”, de acordo com Nídia Alves, que salienta a cerâmica de mesa como a vertente mais procurada pelo destinatário.
No capítulo da exclusividade está uma das características que torna o trabalho desenvolvido pela empresa distinto. “Em milhões de peças, nenhuma é igual à outra, mesmo que, à primeira vista, a diferença não seja visível. Há uma grande aposta no desenvolvimento de produto para conseguirmos apresentar sempre algo único”, fundamenta José Eduardo Alves.
Ao longo de quase 40 anos de atividade, a Val do Sol Cerâmicas têm-se adaptado e reinventado consoante as oscilações e exigências do setor. A desvalorização do euro abriu uma janela de oportunidade que a empresa aproveitou com sucesso para competir com outros mercados. Além disso, existiram várias mudanças estratégicas no trajeto da empresa, de acordo com o responsável. “Ao longo do tempo o produto e os processos produtivos foram sofrendo evoluções. Agora fazemos peças de grés fino com vidrados e decorações concebidas por nós”. Esta alteração, permitiu orientar a oferta para “a classe média e média alta no mercado internacional”. Cerca de metade da produção destina-se aos Estados Unidos da América e a outra metade para a Europa e países asiáticos.
Em 2024, a Val do Sol Cerâmicas decidiu reativar a marca “Sol Ceramics”, direcionada para o canal HORECA (restauração e hotelaria), nomeadamente para estabelecimentos que privilegiam cozinha de assinatura. Além desta marca, a empresa tem ainda uma linha de produtos totalmente reciclados – Green Ceramic –, reforçando a sustentabilidade como uma das suas bandeiras.
A valorização dos artistas e da comunidade local é um ponto de honra da forma de atuação da Val do Sol Cerâmicas no mercado. A administração sublinha que a empresa procura crescer, recrutando “os melhores profissionais das respetivas áreas”, recompensando-os devidamente com “condições de trabalho e compensações atrativas”.