O atraso em investimentos no âmbito da prevenção de incêndios está a privar o País de 220 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), denunciou ontem o ministro da Agricultura e das Pescas no decorrer de ações de limpeza de terrenos e matas nos concelhos de Alcobaça e Nazaré.
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“Os projetos do PRR estão muitíssimo atrasados. São 220 mil euros que não saíram do papel. Esse objetivo é uma preocupação. Vamos tomar medidas para que se acelere ao máximo essa execução”, disse o governante, em declarações ao REGIÃO DE CISTER.
Em Valado dos Frades, em plenas Matas Nacionais, e na Martingança-Gare, no concelho de Alcobaça, num terreno particular, José Manuel Fernandes ouviu especialistas do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e da Associação de Produtores Florestais dos Concelhos de Alcobaça e Nazaré, ao lado de autarcas dos dois municípios.
“A prevenção é a melhor solução. As equipas de sapadores são essenciais. Vamos dar-lhes estabilidade com contratos de quatro anos”, anunciou o governante, apostado também na “atualização dos salários”.
José Manuel Fernandes quer “envolver todos” na tarefa da prevenção, mas também da valorização. O ministro enalteceu as autarquias, que “dão um enorme contributo e são os primeiros responsáveis da proteção civil” na missão de “proteger, prevenir e valorizar”.
“Há situações que espero que nunca mais se repitam”, disse o governante sobre o trágico incêndio de 2017. “Não estamos livres de problemas resultantes dos incêndios, que trazem perdas patrimoniais e ambientais, para a biodiversidade e estamos apostados em fazer tudo para que essas tragédias não se repitam”, garantiu o ministro.
O prazo para a limpeza de terrenos, que terminava no final de abril foi prorrogado pelo Governo. Os proprietários e produtores florestais têm, assim, até sexta-feira para procederem à limpeza de matas e terrenos.
Na base da decisão esteve “a precipitação registada nos últimos meses e o elevado teor de água existente no solo, que condicionaram muitas das operações de gestão de combustíveis e potenciaram o rápido crescimento da vegetação nas áreas já intervencionadas”, justificou o poder central. As previsões meteorológicas previam, por outro lado, que em maio, se iam manter condições adequadas para a realização, em segurança, de atividades de gestão de combustível.