Depois de duas sessões da Assembleia Geral sem listas candidatas, o Grupo Desportivo da Martingança reelegeu, na passada quinta-feira, Beto Fonseca, com uma equipa renovada que deliberou, quase de imediato, afastar o treinador de patinagem e inline freestyle a dias de acolher o campeonato nacional da modalidade.
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A medida foi tomada no mesmo dia em que a Direção tomou posse. Na carta enviada ao técnico, pode ler-se que a demissão de Joaquim Silva teve efeitos a partir do dia seguinte e que o campeonato nacional decorrerá sob responsabilidade da Direção.
Beto Fonseca prefere não se pronunciar sobre os motivos que levaram ao afastamento do ténico. No entanto, o REGIÃO DE CISTER apurou que o mal estar entre Direção e treinador arrastou-se ao longo de vários meses e de vários mandatos.
“Por ter sido posto a andar, como outros, como treinador e único treinador existente certificado IPDJ, SED e FPP de grau 2 de inline freestyle e também de grau 1 de patinagem de velocidade, informo que a partir de hoje não darei mais treinos no e no nome do Grupo Desportivo da Martingança, faça-se a vontade do Sr. Presidente, Direção e da Delegada da Equipa que escolhi Vera Fernandes”, escreveu Joaquim Silva em nota pública. “Lamento profundamente por isso e peço desculpa a todos os que estavam agora para iniciar e aos que deram 10 anos de vida a esta modalidade fantástica”, acrescenta o ex-treinador do GDM, que alerta para a ausência de técnicos credenciados nos treinos do clube. “Os treinos que forem dados não contarão com a presença de nenhum treinador qualificado e certificado na modalidade de Inline Freestyle pois só existem três em Portugal, sendo eu um deles e os restantes dois de Faro”, lê-se ainda. Joaquim Silva sublinha também a ausência de técnicos no campeonato, marcado para o próximo fim de semana no pavilhão da Martingança.
As circunstâncias não assustam os dirigentes do clube, que garantem a realização do campeonato e procuram soluções para dar resposta à modalidade que tem dezenas de atletas, dos quais 16 federados.
Apesar da saída do treinador, o clube vive um bom momento desportivo, no futsal e na patinagem, e encontra-se em situação financeira estável. Organiza, anualmente, o torneiro inter-empresas, que significa uma receita de 8 mil euros. Tem arrendados, durante seis meses, alguns espaços a uma agência de viagens. O telhado foi trocado o ano passado e as instalações foram pintadas. Mesmo com as contas positivas e os resultados desportivos em altas, foram necessárias três reuniões da Assembleia Geral para eleger os dirigentes que assumem os destinos da casa durante o atual mandato de um ano.