A exposição “Chitas de Alcobaça: Viagem pela Coleção Pereira de Sampaio”, organizada pela Associação de Defesa e Valorização do Património Cultural da Região de Alcobaça (Adepa), foi distinguida na categoria de projeto internacional nos Prémios APOM 2024, atribuídos pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM). A cerimónia decorreu na passada sexta-feira, no edifício da antiga Alfândega, no Porto.
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A coleção da família Pereira de Sampaio, que o filho Jorge Pereira de Sampaio cedeu à Adepa, esteve exposta no Museu de Toile-de-Jouy, em França, entre junho de 2022 e janeiro de 2023, no âmbito da Temporada Cruzada França Portugal em 2022 e 2023, com o apoio da Câmara de Alcobaça, da União de Juntas de Freguesia de Alcobaça e Vestiaria e das lojas Made In Alcobaça e A Vida Portuguesa.
“Desde o início que a Adepa tem acreditado nas parcerias com colecionadores particulares pois são fundamentais para a promoção nacional e internacional do património alcobacense”, sublinhou o presidente da Direção da Adepa. Para Luís Peres Pereira, essa união tem “balizado aquilo que é a missão da Adepa, que procurará, cada vez mais, essas parcerias”. Sobre a distinção, o dirigente frisa ser um prémio que “partilha com todos os alcobacenses que lutam pela defesa do património e da terra” e uma prova do papel e do trabalho desenvolvido pela associação, que tem várias iniciativas em agenda para os próximos tempos, nomeadamente com a dinamização de diferentes projetos que envolvem o tema da museologia.
Ao REGIÃO DE CISTER, Jorge Pereira de Sampaio garantiu continuar a disponibilizar a coleção de chitas de que é herdeiro para a “colocar em fruição pública, seja em Lisboa, no exterior, como foi este caso, ou em Alcobaça”. O antigo diretor do Mosteiro de Alcobaça deixa ainda um repto às entidades locais: “Faz sentido um Museu da Chita e a nossa coleção, como a mais completa e diversificada, está disponível. Nada me daria mais gosto!”.
O presidente da Câmara também já reagiu ao prémio: “O reconhecimento desta exposição é também o reconhecimento da nossa chita de Alcobaça enquanto marca identitária do nosso território”, sublinhou Hermínio Rodrigues.
A cerimónia da entrega de prémios contou com a presença do Presidente da República, que posou para a fotografia com Jorge Pereira de Sampaio, Luís Peres Pereira, Joana d’Oliva Monteiro, comissária da exposição, e Madalena Teixeira, comissária de honra da mesma.
A coleção conta com 160 colchas dos séculos XVIII E XIV. Além de toalhas, lenços, cartazes e fragmentos, contempla também uma vasta bibliografia sobre o tema, destacando-se o livro “A Arte de fazer Chitas” da autoria de Mr. de Lormois, e publicado no século XVIII.
Refira-se que em setembro do ano passado foi apresentado no Museu Nacional do Traje, em Lisboa, o catálogo e o documentário “Chitas de Alcobaça. Exposição no Museu de Toile-de-Jouy”, da autoria do vimeirense Filipe de Moura.