Menopausa

A negligência na nossa vida reprodutiva, que já agora, só é valorizada quando podemos ter filhos, é uma realidade! As mulheres deixam de menstruar e têm alta imediata da consulta de Planeamento Familiar no SNS. Não há informação nem políticas de atenção às pessoas em menopausa, nem condições que salvaguardem os direitos das trabalhadoras em menopausa em Portugal. A nível profissional, 65 % das mulheres nesta condição sente discriminação no local de trabalho e 22 % já pensou mudar ou abandonar o seu trabalho”, estes dados foram divulgados em 2022 no estudo “Saúde e bem-estar das Mulheres, um Potencial a alcançar”, realizado durante 27 meses em mulheres entre os 45 e os 65 anos. O estudo demonstrou que a menopausa é desvalorizada e que apesar de lhe serem associados “mais de 30 sintomas” ainda “vivemos numa sociedade que não está preparada para falar sobre a menopausa”. O facto de não ser uma fase “pensada ou preparada, ao contrário da maternidade e da menstruação, faz com que tudo seja mais difícil; aliás os dados mostram que as mulheres estão mal preparadas para lidar com esta fase de vida. As mulheres querem e precisam expor, sem tabus, os sintomas, medos e anseios! “A menopausa não é uma doença, mas uma condição. Sendo diferente de mulher para mulher, existem tantas menopausas quantas as mulheres”, disse Maria Silveira, uma das responsáveis pelo Grupo que realizou o estudo, e por isso “temos de ouvir estas mulheres, e dar-lhes um acompanhamento ginecológico, psicológico, nutricional e físico”. A menopausa é a maior de todas as fases da saúde da mulher e é também a fase em que mais sofrem. Entre os 40 e os 60 anos, vivemos mudanças físicas e emocionais especiais. É primordial vive-las com qualidade. A perimenopausa/menopausa e pós acontece com todas as mulheres que chegam a esta idade. Não é só deixar de menstruar, nem pouco mais ou menos! A queda de tabus é essencial para a divulgação de informação e irá fazer muita diferença no bem-estar global de todas as famílias! Aumentemos o volume desta voz ainda silenciosa e tornemo-la ensurdecedora!