Entre os dias 20 e 25 de agosto, Alcobaça “parou” para receber o maior evento do concelho. Segundo a organização, foram mais de 100 mil as pessoas que passaram na Feira de São Bernardo.
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Com um cartaz do mais variado possível, a Feira de São Bernardo juntou miúdos e graúdos nos mais variados espaços do certame.
A fachada do Mosteiro brilhou ao longo de seis longas noites com os concertos de alguns dos artistas mais conhecidos do País. Apesar de públicos e estilos bastante variados houve sempre algo em comum: a enchente de gente que deixava pouco visível o piso do rossio.
Rui Veloso, no primeiro dia deixou muitos em lágrimas ao som do icónico “Anel de Rubi”. Seguiu-se Slow J que trouxe um ar mais juvial ao palco do rossio, com alguns dos temas que mais se ouvem na rádio. Richie Campbell consigou fazer a proeza de colocar milhares de pessoas a saltar em frente ao Mosteiro, até as “pessoas importantes“, como o cantor referiu ao referir-se ao presidente da Câmara, Hermínio Rodrigues, e outros membros da Câmara. A jovem Bárbara Tinoco não deixou que a chuva estragasse a atuação e desceu ao recinto para cantar junto com os fãs, que desde as primeiras horas do dia aguardavam pela atuação da cantora.
José Cid deu o maior concerto que há memória na Feira de São Bernardo, que só terminou já depois da uma da manhã. Pedro Abrunhosa fechou as festividades com o seu estilo inconfundível.
Antes e depois dos concertos, a Rua D.Pedro V – que liga os dois recintos da feira – ficou à pinha, dando a oportunidade aos visitantes de observar as eculturas em pedra das empresas do concelho. Já na Cova da Onça, as multidões foram-se espalhando por todo o recinto. As tasquinhas foram um sucesso (para alguns o maior de sempre) e as associações das freguesias não tiveram “mãos a medir” para tanto almoço e jantar.
Os carrosséis, este ano com uma variedade maior, estiveram sempre em movimento, fazendo os visitantes, principalmente os mais novos, soltar muitos sorrisos.
Depois dos grandes concertos no rossio, o palco da Cova da Onça não podia ter sido mais concorrido. Desde djs locais a nomes nacionais, o espaço esteve sempre cheio e com muita animação.
O pavilhão das “Marcas de Alcobaça” contou com a presença dos vários setores característicos do concelho. Ao passar pelo stand da Maçã de Alcobaça foram muitos os que “roubaram” uma maçã e todos os dias se formou uma fila gigante para receber uma tupperware da Socém.
Com vários stands com produtos à venda, os comerciantes tiverem a oportunidade de fazer crescer o seu negócio e de o dar a conhecer. O circuito de São Bernardo foi, de resto, mais uma vez um sucesso e reuniu 70 atletas das maiores equipas nacionais.
Exposições promovem negócios do concelho
A exposição “Marcas de Alcobaça” foi um dos locais mais concorridos da edição deste ano da Feira de São Bernardo. E a verdade é que recolheu elogios de muitos participantes, tal como, de resto, a mostra de atividades económicas.
“A existência destas iniciativas é muito boa para promover as nossas marcas e mostrar o que Alcobaça tem de melhor”, começou por elencar a representante da administração da queijaria Flor do Vale, sediada em Valado de Santa Quitéria, na freguesia de Alfeizerão, dando conta de que é precisamente com esse intuito que “os produtores se juntam todos para promover a marca de Alcobaça”. Foi a primeira vez que a empresa marcou presença no certame, e, de acordo com Carolina Silva, será para repetir numa edição futura, caso seja possível.
A exposição de marcas identitárias do concelho de Alcobaça, que este ano foi dedicada aos setores dos moldes, calçado, agroalimentar e pedra, tem sido alvo de diversos elogios. “Está a correr muito bem. No feriado, por exemplo, tivemos 300 pessoas entre almoço e jantar”, confidenciava Jéssica Henriques, uma das duas colaboradoras d’O Conquistador. “O evento está com uma boa organização e o espaço está muito engraçado”, notou a filha do proprietário da padaria, sediada na freguesia da Benedita.
À semelhança do que já havia explanado a representante da queijaria Flor do Vale, a padaria “O Conquistador” só não marcará presença na próxima edição “se não for possível”, complementou Jéssica Henriques. Além da exposição de marcas do concelho, também a mostra de atividades económicas ajudou ao dinamismo criado a quem visitava a feira.
Todavia, houve também quem deixasse algumas sugestões de melhorias. “Onde estamos é muito difícil comunicar com as pessoas devido ao barulho”, justificou Mariana Valentim, uma das colaboradoras de um dos stands presentes no certame, notando, ainda assim, que o facto de o stand estar instalado junto à zona das diversões também “acaba por chamar mais gente”. “Ajuda que a mostra de atividades económicas esteja próxima da zona das diversões, uma vez que atrai mais gente, mas se calhar não seria pior que estivesse ligeiramente mais afastada devido ao barulho”, sugeriu Carolina Canudo, sublinhando “ser o ideal”.
O ruído foi também o único ponto negativo apontado por Edgar Alexandre, proprietário da empresa Edgar Alexandre, que marcou presença na feira, pelo 15.º ano consecutivo, com um stand instalado na fila mais próxima das diversões. “É mesmo o pior fator porque queremos conversar com o cliente e temos de elevar muito o tom de voz. Nem sempre a comunicação flui da melhor maneira e acaba por ser desgastante passar aqui um dia completo”, assume o empresário, que, no entanto, deixa elogios à organização da feira. “Desde que o recinto mudou cá para cima tem melhorado todos os anos. Temos conseguido chegar ao nosso público, estabelecendo um contacto mais próximo e divulgar a nossa marca e os nosso produtos”, partilha o administrador da entidade sediada no Casal Pardo, freguesia de Alfeizerão.
O relato dos participantes na mostra de atividades económicas da Feira de São Bernardo tem demonstrado o potencial da feira na promoção das marcas e produtos, tornando-se atrativa para entidades de outros concelhos, como é o caso da Delquímica. Sediada na Marinha Grande, a empresa de Delfim Morgado participou pela primeira vez no certame para “estar próxima dos clientes do concelho de Alcobaça e para promover os produtos, de modo a explorar novos mercados”. Apesar de considerar que, para o tipo de artigos que a Delquímica comercializa, o espaço deveria estar fechado (algo que lhe permitia ter mais produtos em exposição), o comerciante fez um balanço muito positivo da feira. “Conseguimos chegar às pessoas. O nosso público-alvo tem-nos transmitido um feedback extremamente positivo e para a próxima edição contamos alugar mais um stand para ter uma maior oferta exposta”, revela Delfim Morgado.
A relação de simbiose estabelecida entre o evento e a mostra de atividades económicas é cada vez mais notória. Enquanto os stands procuram acercar-se dos seus clientes atuais (e futuros), há também muitas pessoas que se mobilizam para a feira por causa dos expositores. “Tínhamos de optar entre marcar presença nesta feira ou noutra porque coincidiram nos mesmos dias. Tivemos clientes desse certame que vieram cá, de propósito, à nossa procura”, explica Vanda Hilário, expositora responsável pelo Mercadinho dos Frutos Secos e pelo Mercadinho d’Ouro. “É das melhores feiras que fazemos, este ano teve muita gente porque os artistas presentes também foram muito bons”, conta a empresária. Instalado na fila, junto ao pavilhão das tasquinhas, a empresária da Benedita, que participa pelo terceiro ano consecutivo no evento, apreciou a localização dos seus stands “por estar perto da zona gastronómica”.
Tasquinhas registam melhor ano de sempre
As tasquinhas da Feira de São Bernardo são um sucesso ano após ano. Mas este, em específico, não sairá tão cedo da memória da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Alcobaça (AHBVA).
“Foi o melhor ano de sempre”, asseverou o presidente da Direção ao REGIÃO DE CISTER, justificando com a enorme adesão ao longo de todos os dias. “Servimos cerca de 1.000 refeições diariamente e passaram pelos nossos espaços cerca de 8 mil pessoas”, revelou Pedro Pombo, certo de que “esta edição foi a confirmação da qualidade que o serviço de restauração tem granjeado durante o certame”.
Durante os seis dias, foram mais de oito dezenas de colaboradores a darem o seu contributo em prol da associação, numa semana em que, garantiu o dirigente, “o apoio à população nunca ficou desfalcado”. “Tivemos sempre bombeiros prontos a responder a qualquer ocorrência”, justificou o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Alcobaça.
Também o presidente do Ginásio Clube de Alcobaça garantiu que a edição que findou no passado domingo “superou muito as expectativas”. “Não foram quantificadas as refeições servidas, mas creio que estaremos a falar do melhor ano de me que lembro”, frisou Hélder Nunes, recordando uma edição repleta ainda no MercoAlcobaça, mas que, segundo o dirigente, não atingiu a proporção desta última.
A tasquinha do Ginásio contou com uma equipa de colaboradores composta por dirigentes, treinadores, encarregados de educação e atletas, num momento de “união” que o presidente do clube destacou (e agradeceu). “É muito importante haver esta entreajuda”, sublinhou o dirigente, notando que a receita angariada na Feira de São Bernardo “é de extrema importância para fazer face às despesas iniciais da nova temporada desportiva”.
Em estreia no certame, o Rancho Folclórico das Rosas, Casal Pinheiro e Fragosas também contou com uma forte procura. E a mesma foi retratada no balanço que o diretor fez ao REGIÃO DE CISTER. “A nossa participação superou todas as expectativas e não esperávamos ter tanta gente como o que veio a verificar-se”, sublinhou Diogo Santos, revelando que a coletividade da freguesia de Évora de Alcobaça, que contou com o apoio de 110 colaboradores durante os seis dias, serviu cerca de 1.500 refeições no total.
Sobre a ementa, o dirigente notou que o famoso Bacalhau à Casal Pinheiro, as Potas à Lagareiro e a Caldeirada de Borrego fizeram as delícias dos visitantes da tasquinha. Já relativamente ao espaço e a organização do mesmo, o diretor do Rancho Folclórico das Rosas, Casal Pinheiro e Fragosas mostrou-se bastante satisfeito, asseverando que no próximo ano vão, por certo, mostrar-se disponíveis para voltarem a marcar presença naquele que é um dos eventos mais importantes do ano no concelho.
As tasquinhas são, como seria de esperar, um dos pontos de maior afluência em qualquer festividade, mas pelos testemunhos recolhidos, é percetível que 2024 foi realmente um ano bastante positivo nesse sentido. Foram milhares as refeições servidas, numa semana que tem cada vez mais importância nas “finanças” dos clubes e associação do concelho de Alcobaça.
Alcobaça Equestre volta a ser um sucesso
O Alcobaça Equestre voltou a juntar milhares de pessoas ao longo de todas as atividades que realizou nos seis dias da Feira de São Bernardo. A 23.ª edição da iniciativa revelou-se um sucesso.
O presidente da Associação Hípica de Alcobaça revela ao REGIÃO DE CISTER que o ponto alto dos seis dias foi o passeio equestre. “Este ano tivemos muito mais cavalos e charretes do que o habitual”, afirma João Fã, revelando que este aumento de participantes se deve à alteração do dia, visto que este ano o passeio decorreu no domingo e nas edições passadas o habitual era acontecer no feriado municipal. “Isto deu-nos a oportunidade de trazer pessoas de fora e não só do concelho”, explica.
A vacada que teve lugar todos os dias à meia noite no picadeiro foi, também, um grande sucesso. “É impossível sabermos quantas pessoas estiverem presentes, mas havia sempre três e quatro filas de pessoas à volta do recinto para conseguirem ver”, revela o presidente da Direção da Associação Hípica de Alcobaça.
As restantes atividades contaram, tal como estas, com bastante adesão do público. Esta edição marcou o primeiro ano de uma nova Direção, mas não foi por isso que as expectativas foram menores. “Correu muito bem, apesar de haver membros novos, houve deles que já faziam parte da direção anterior então foi fácil organizarmo-nos”, contou João Fã ao REGIÃO DE CISTER. O balanço foi bastante positivo, mesmo havendo alguns percalços, as expectativas para o próximo ano são ainda mais exigentes e a Direção acredita que há sempre espaço para melhorar.