A Cooperativa Agrícola de Alcobaça vai a votos na próxima terça-feira para eleger os órgãos sociais do quadriénio 2025-2028. José Lourenço (lista A) e Vasco Gomes (lista B) encabeçam as duas listas candidatas à presidência do Conselho de Administração da instituição. Desde 2008, quando Manuel Castelhano (313 votos) e Filipe Ribeiro (207 votos) se defrontaram, que não havia um ato eleitoral com duas listas.
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“Como Conselho de Administração quisemos fazer uma continuidade do que estava. Convidámos todos os órgãos que estavam em exercício a continuar a desempenhar as funções – apenas haveria duas alterações: a saída da professora Paula Malojo e a alteração de funções da Maria do Carmo Martins que não se poderia recandidatar como presidente–, mas face à recusa do convite do presidente do Conselho Fiscal e do presidente da Assembleia Geral, estabelecemos um conjunto de contactos, que são muito elucidativos e representativos do tecido económico-social do concelho“, explicou Vasco Gomes, que ocupou o cargo de vogal do Conselho de Administração no mandato que agora finda, numa reunião que convocou com a comunicação social, na passada terça-feira.
Da lista encabeçada pelo representante da David Pinto & Companhia, Lda, fazem parte Maria do Carmo Martins, que assumiu funções de presidente do Conselho de Administração nos últimos dois mandatos, Carlos Malhó, presidente da Associação de Beneficiários da Cela, Leonel Ribeiro, presidente da Junta de Alfeizerão, entre outros. Rui Maia de Sousa (coordenador da Estação Nacional de Fruticultura de Vieira Natividade) é o candidato à presidência da Assembleia Geral e José Rafael Rodrigues (vice-presidente da ABA – Banda de Alcobaça, Associação de Artes) do Conselho Fiscal.
Fazem parte do programa da lista B propostas como o aluguer de um serviço de máquinas e alfaias agrícolas para os sócios, a implementação de encontros regulares (um dia por semana) para “ouvir os sócios e alinhar as decisões às suas necessidades”, novas ações de formação, o estudo da presença em mercados nacionais e internacionais”, a integração da Cooperativa no Alcobaça Hub, a apresentação à Assembleia-Geral de uma proposta de revisão e implementação de remunerações para todos os órgãos sociais (até à data apenas são remunerados os membros do Conselho de Administração) e a garantia da renovação do contrato de aluguer das instalações com o Município.
Ao REGIÃO DE CISTER, José Lourenço, que integrou os órgãos sociais da Coop nos últimos anos e foi funcionário daquela “casa” durante 20 anos, deu a palavra ao mandatário da sua candidatura, Manuel Castelhano. “Nunca a Cooperativa teve uma Direção tão qualificada como tem agora, mas as pessoas não têm tempo para dedicar à causa, o que foi, aliás, dito e escrito pelos próprios no balanço de mandato“, afirma o antigo presidente do Conselho de Administração (2008-2018) e atual presidente do Conselho Fiscal. “Com uma Direção ausente, não percebo esta candidatura”, referiu Manuel Castelhano, argumentando que “a ideia desta lista alternativa é voltar a colocar a Cooperativa Agrícola de Alcobaça na linha da frente. A Coop é muito mais que as lojas. Antes da agricultura, vem a cooperativa e é necessário repor a Coop na sua génese”, reforçou o antigo quadro do Banco de Portugal.
A criação de um novo modelo de gestão, “aproximando a decisão da execução e passando de cinco para três elementos na Direção”, é uma das propostas da lista A, composta por nomes como Álvaro Santo (presidente da União de Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes), Conceição Castelhano (diretora da Universidade Sénior de Alcobaça) e Rui Rasquilho (antigo diretor do Mosteiro de Alcobaça).
A Coop faturou cerca de 4 milhões de euros no ano passado, apresentando 150 mil euros de resultado liquídos. A instituição emprega 22 colaboradores, conta com 5 mil sócios, estando cerca de 2.500 ativos.