Depois de ter dado a conhecer no Baú das Memórias, no passado verão, a exposição sensorial “A praia como lugar significante”, que teve como ponto de partida a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, a nazarena Maria Cecília Louraço regressa ao espaço cultural de Alfeizerão com uma nova proposta artística.
“Memória da Pedra” surge de um projeto desenvolvido para o Museu Interativo do Megalitismo, de Mora (Évora), em 2019, inspirado na evolução da vida na Terra, não só a partir da sua evolução geológica natural, mas também da ação do homem, ao longo de sucessivas gerações. Através da seleção de uma dezena e meia de desenhos e pinturas em acrílico que podem ser visitadas no núcleo das exposições temporárias, a artista evoca o passado e dá a conhecer o seu ponto de vista sobre a relação da natureza com a passagem do tempo, fazendo uma analogia com as diferentes gerações e com própria humanidade.
“A paisagem contém, pois, uma carga simbólica muito expressiva do nosso próprio corpo e da sua evolução, física e mental, enquanto seres vivos inteligentes que agem e constroem a sua história”, sublinha. As civilizações deixam marcas da sua passagem nos lugares onde floresceram. Ao longo dos tempos, camada a camada, sobrepõem-se os anos, os séculos, os milénios…”, acrescenta a pintora.
Professora aposentada de Educação Visual, Maria Cecília Louraço frequentou o curso complementar de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Ao longo da carreira artística, tem participado em diversas exposições individuais e coletivas, sobretudo na região, mas também em Lisboa, no Cartaxo e no Alentejo.
Em Alfeizerão, o resultado de “Memória da Pedra” pode ser conhecido até ao final deste mês. Depois, o espaço museológico mostra a visão da fotógrafa brasileira Maria Beatriz da vila e da freguesia, em uma nova exposição.