A progressão na vida pública depende do mérito e das capacidades de cada um, sem olhar à sua origem social.” esta frase reflete os valores da liberdade, da fraternidade e a da igualdade, emanados da Revolução Francesa, mas foi proferida há muito mais tempo. Na verdade, chegou até nós graças a Tucídides, historiador grego que, há 2500 anos, sintetizou o pensamento de Péricles, um dos mais notáveis líderes do século de ouro de Atenas.
Nestes tempos de incerteza, paradoxalmente caracterizados por líderes cheios de certezas, creio que vale a pena voltar aos clássicos para encontrar algumas respostas. E vale a pena, sobretudo, olhar para aqueles líderes cuja ação e o pensamento nos ajudam a entender melhor a forma como as elites são percebidas.
Péricles acreditava nas elites, na importância de as reconhecer e de as respeitar embora soubesse que “os homens só suportam ouvir o elogio dos outros na precisa medida em que conseguem persuadir-se de que são capazes de igualar as ações exaltadas. Quando essa marca é ultrapassada, aparece a inveja e, com ela, a incredulidade.”
Neste sentido creio nas elites capazes de entender esta realidade, comum entre os homens e, ainda assim, serem capazes de se esforçar para ascender, para se melhorarem enquanto profissionais e dirigentes.
Creio nas elites que não herdaram o lugar, mas souberam contruí-lo, elites cuja pertença não depende do sangue, nem do nome, mas da capacidade, do trabalho e da inteligência.
Creio nas elites de empresários, nas elites de investigadores e de professores, creio nas elites de atletas, políticos e treinadores que, pelo seu mérito e capacidade de inspirar outros, conseguem liderar os demais e levá-los a serem, também eles, melhores.
Creio e respeito as elites. Creio nas elites que sabem, como Péricles, servir.