Terça-feira, Março 19, 2024
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Minimercado Lorvão: a servir os celenses há sete décadas

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Para quem não conhece a Cela, o Minimercado Lorvão pode até passar despercebido. Mas os naturais desta freguesia sabem bem o caminho de um dos espaços comerciais mais antigos da aldeia, onde se pode comprar de tudo um pouco, e que só fecha portas durante 30 minutos por dia para Emília Pereira poder “beber um cafezinho a correr”. 

Para quem não conhece a Cela, o Minimercado Lorvão pode até passar despercebido. Mas os naturais desta freguesia sabem bem o caminho de um dos espaços comerciais mais antigos da aldeia, onde se pode comprar de tudo um pouco, e que só fecha portas durante 30 minutos por dia para Emília Pereira poder “beber um cafezinho a correr”. 

Fundada há cerca de 70 anos, por António Lorvão, o minimercado era uma “mão na roda para os habitantes que precisavam de comprar pesticidas e adubos” e era gerido paredes-meias com a taberna que “abria portas antes do sol nascer”. “Quando foi fundada pelo meu sogro, esta casa era mais direcionada para a agricultura e a taberna era um espaço popular”, recorda a gerente e mulher do proprietário, Emília Pereira. A celense relembra que, após a morte prematura de António Lorvão, o espaço passou a ser gerido pela sogra, que, anos depois, transferiu o espaço para José Pereira Lorvão. “Eu e o meu marido assumimos a gerência há cerca de quatro décadas e muito mudou desde esse tempo”, considera. 

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A taberna acabou por fechar portas. “Hoje em dia as pessoas vão mais ao café e não podemos comparar uma taberna a um café tradicional”, justifica. Com o marido mais dedicado à agricultura, é sobre Emília Pereira que recai, com mais frequência, a responsabilidade de gerir o minimercado e, embora tenha alguma nostalgia face à época em que “a taberna estava cheia de vida”, a mulher, de 70 anos, reconhece que já não tem “energia para tanto”.

“Os clientes que temos são cada vez menos, porque não é fácil competir com as grandes superfícies comerciais. Mas a grande maioria são caras bem conhecidas que cá vêm desde que me lembro”, afirma. Neste minimercado as placas identificadoras dos produtos e dos respetivos preços ainda são feitas à mão, “como se fazia antigamente”. As maçãs, nabiças e dióspiros de fabrico próprio são pesadas em balanças de pratos e ali podem ainda adquirir-se produtos tão díspares como alimentos para a produção animal ou… espumante. “Tentamos ter de tudo um pouco, não em grandes quantidades, mas com diversidade para conseguir apoiar os clientes”, assevera a comerciante. 

Emília Pereira tem consciência de que o negócio encerrará dentro de poucos anos, mas refuta a ideia de “ficar em casa e viver vida de reformada”. “Abrimos portas todos os dias e fechamos apenas durante meia hora para ir beber o meu cafezinho. Enquanto for possível manter o espaço a funcionar, cá estaremos. Haja saúde e o resto veremos como corre”, conclui.

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